quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

E O FIM CHEGOU. SERÁ QUE VIVEMOS?



Por mais incrível (ou rápido) que isso possa parecer, chegamos ao final de mais um ano e, nesse caso, chegamos ao final, também, de uma década, a primeira do século 21.

Confesso a quem interessar possa, que a ligeireza dos dias contemporâneos me assusta. São tão rápidos que muitas vezes, quase sempre, se torna impossível percebê-los, absorvê-los, vivê-los portanto. A rapidez com que os dias passam é tão grande que parece que não dá tempo de tirar deles a vida que neles está contida. O grave disso é que não tirar dos dias a vida que neles está contida é sinônimo de dizer que desperdiçamos vida, que não vivemos na totalidade, significa dizer que não vivemos muito do que poderíamos ter vivido. Creio que seja em função disso que sentimos, de quando em vez, essa sensação de saudade, de nostalgia, de vazio. Essa saudade/nostalgia é uma realidade em todo o ser humano, mesmo naqueles cujo passado é apenas símbolo de dor e privação, mesmo naqueles que não tem em seu passado nada bom pra lembrar, ao contrário, dele querem se esquecer e rápido. Ora, se o passado é mau, de onde vem a saudade/nostalgia? Vem da vida não vivida. A saudade não é do ue se viveu, mas sim do que se não viveu. A saudade é do abraço não recebido, do sorrisso não dado, do beijo negado, do olhar não trocado, do afeto não compartilhado, da palavra doce que não foi dita, do perdão que não recebeu e (ou) ofereceu, da solidariedade retida , da canção não cantada...da vida não vivida. Os dias são muito rápidos e a vida que neles está contida, sendo não vivida, gera em nós esta horrível sensação de que nos falta algo.

Sendo isso uma realidade, cabe a nós, nesse final de ano/década, refletirmos sobre nossa vida, por que não dizer, nossas vidas, isto é, a vida vivida e a vida desperdiçada. Ousemos fazer uma análise introspectiva e vejamos, mesmo que isso possa gerar alguma dor, qual dessas vidas teve proeminência em nós: a vida que vivemos ou a vida que não vivemos.

Analisemos quantos abraços trocamos e quantos deixamos de dar por causa de amargura ou ira, ambas residentes de corações incapazes de liberar perdão.

Vejamos quantos sorrissos deixaram de adornar nosso rosto e a ambiência na qual vivemos, quem sabe só por que não aprendemos na prática, que "não é o que fazem conosco mas sim o que nós fazemos com o que fazem conosco" e por causa disso, tornamo-nos seres cinzas e ranzinzas.
Tenhamos coragem de admitir quantos beijos deixamos de dar, pra no lugar deles cuspir. Quantos olhares de carinho e respeito omitimos para, no lugar deles olharmos com reprovação e indiferença. Quantos afetos, cafunés, toques, quantas palavras doces não oferecidas agora azedam nossa alma..quanta vida não vivida.

Minha oração e esperança é que, a começar em mim, todos nós, homens e mulheres, possamos refletir nesse tempo, o fim de mais um ano e de uma década, sobre a qualidade de vida que temos vivido. Proponho isso porque se os dias passam tão rápidos a ponto de não podermos viver a vida contida neles, podemos então envelhecer sem viver, e mais, podemos morrer sem ter vivido. Que 2011 seja um ano de pouco desperdício de vida. Que seja um ano de vidas cheias de vida. Que seja um ano profético, sim, que o primeiro ano da próxima década, 2011, seja o prénuncio de um ano/década onde se cumpra a promessa de termos vida cheia de prosperidade , vida cheia de vida, lembrando que próspero não é quem tem muito, é quem tem sempre.

Feliz ano novo!!!!!! Paz.

Pastor Neil Barreto.

Faço coro ao texto do querido pastor Neil.
A todos um ótimo fim de ano e muita vida para ser vivida.

Fábio Menen

Nenhum comentário:

Postar um comentário