sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

LOURENÇA MATOS E MISSÕES






Cada último Domingo do mês temos a ministração da pastora Lourença Matos. A ênfase é sobre Missões.

Ela doutrina os discípulos de Jesus, a partir da Palavra de Deus, a entender o significado do envolvimento da igreja no serviço da evangelização.

Missão é o chamado! Chamado é sermos missionários! Missionários seguidores de Jesus! Missionários que difundem o Evangelho da Graça onde ele ainda não chegou. Ainda não chegou em muitos países como também pode não ter chegado a seu vizinho, seu amigo, sua família. Por isso, a importância de sentar, ouvir e ser ministrado por alguém que conheça o significado desse chamado.

Convidamos você para estar conosco e aprender sobre Missões.

Como a fé vem pelo ouvir você poderá discernir o chamado de Deus para esse ministério, conhecimento bíblico para pregar o evangelho, amar o próximo, e ser um missionário da graça de Deus; missionário significa: aquele que é enviado.

Estamos crescendo na graça e no amor ao próximo! Vamos crescer juntos?

IGREJA PRESENÇA DE DEUS


sábado, 3 de novembro de 2012

"MUITAS PESSOAS ESTÃO SOFRENDO ABUSO ESPIRITUAL NAS IGREJAS" - MARÍLIA DE CAMARGO CÉSAR


A jornalista Marília de Camargo César fala sobre a experiência de ouvir os relatos de dor, decepção e humilhação para escrever o livro Feridos em Nome de Deus e como muitos evangélicos ainda preferem ignorar que tantos líderes usem a Bíblia para legitimar seus desmandos e violências

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                                                                Marcos Stefano  

Adriano era um jovem advogado de futuro promissor. Ao lado da esposa e dos filhos, frequentava uma igreja avivada em São Paulo e lá comandava reuniões de oração, dirigia cultos, dava estudos bíblicos. Tudo ia muito bem, até que ele decidiu abandonar o emprego para trabalhar em tempo integral na igreja. Sentindo o "chamado divino", ele consagrou sua vida para o trabalho eterno. Como poderia dar errado, se ele tinha apoio de seu pastor, "um autêntico homem de Deus"? As coisas começaram a mudar quando o pastor passou a chamá-lo para viagens internacionais, nas quais servia de tradutor. "Ficava incomodado com as compras dele. Ele gastava sem medo e em alto estilo", conta Adriano, que mantinha a família com uma pequena ajuda de custo. As mesas regaladas, os Louis Vuittons e os carrões japoneses foram só o começo. Logo vieram as ofensas e humilhações. A pressão tornou-se insuportável. Já não havia tempo para a família, mas sua mulher era ensinada a aceitar tudo em submissão. Mas Adriano não falava nada, afinal o pastor era                     "ungido do Senhor, um profeta". Ele só abriu os olhos quando a esposa o deixou e levou os dois filhos pequenos. Não tinha perdido apenas a fé nos pastores, mas um pouco da própria razão. Saiu da igreja e, confuso e aflito, engravidou uma paquera casual, com quem agora mora. "Minha vida desmoronou, fiquei sem chão", diz.

Ainda que pareçam absurdos, casos como o de Adriano são cada vez mais comuns nas igrejas evangélicas brasileiras. São os chamados "abusos espirituais", que acontecem quando a confiança autêntica e sincera do fiel em Deus é substituída pela submissão irracional à liderança. Na qualidade de profetas e mediadores incontestáveis dos favores divinos, esses pastores abusam emocionalmente, exploram financeiramente, mandam e desmandam na vida privada das pessoas. "Muita gente chega na igreja carente e é facilmente manipulada por esses líderes. Como não existe um relacionamento verdadeiro com Deus, quando o castelo de cartas desmorona deixa as feridas abertas pelo caminho", analisa a jornalista Marília de Camargo César, editora do jornal Valor Econômico.

E é nessas feridas que ela resolveu botar o dedo. Evangélica e atualmente frequentando ao lado do marido e das filhas a Igreja Batista da Água Branca, na capital paulista, Marília foi membro durante dez anos de uma comunidade avivada. Lá, testemunhou alguns desses abusos cometidos contra amigos. Elas foram a base para Feridos em Nome de Deus (Editora Mundo Cristão), livro-reportagem no qual ela denuncia uma triste realidade que acomete o meio protestante como um câncer. Para falar sobre o assunto, ela recebeu a reportagem de ECLÉSIA e, na entrevista que se segue, fez uma dura advertência: "Mesmo com tanta dor, ainda há quem prefira fechar os olhos para essa realidade".


ECLÉSIA - O que a motivou a fazer um livro sobre um assunto tão espinhoso como é esse do abuso espiritual?
Marília de Camargo César - Foi justamente a experiência que tive na igreja que frequentei durante dez anos. Fui criada em um lar evangélico e, aos 18 anos, cheguei a me batizar em uma igreja batista. Porém, no colegial e na faculdade, passei por fases de intensos questionamentos. As pessoas chegavam a me dizer que eu era rebelde, "da pá virada". Cheguei a me afastar um tempo da igreja, não concordava com muita coisa. Morei um tempo na Inglaterra e quando voltei percebi que era o tempo de voltar e me firmar com Deus. Já em São Paulo, eu e meu marido fomos convidados por uma prima dele para um culto na sua igreja. O louvor e a pregação mais emocionais foram uma experiência e tanto. Gostamos e ficamos por lá. Aprendi muita coisa boa nos anos em que estive nessa comunidade. Mas certo dia, um dos pastores foi afastado com a alegação de motivos de saúde. Logo começaram a surgir denúncias, casos e mais casos de abuso de poder. Enquanto aquele líder estava ali, na frente, as pessoas tinham medo de falar e serem taxadas de "bruxas" ou "feiticeiras". Era algo muito comum. Quando ele foi afastado, tiveram coragem de vir a público e denunciar. Ele estava mandando em todas as áreas de suas vidas particulares, oprimindo e ditando o dia a dia delas, sempre em nome de Deus, como um inquestionável profeta. Desobedecê-lo era o pior do pecados.

Você também foi ferida?
Não fui ferida nem abusada espiritualmente por nenhum pastor. Pessoalmente, não tenho queixas. Quando aquelas denúncias começaram a surgir, eu e muitos outros não entendemos nada. Parecia que tudo estava indo tão bem. Mas não estava. Tanto que a igreja acabou se dividindo. Acompanhei o caso de várias pessoas que passaram por dramas. Nas entrevistas, o medo que esses membros tinham do líder ficava escancarado. Esse já é um sintoma de que as coisas não vão bem, a igreja está doente: quando as pessoas têm medo de seu pastor. Quando ninguém pode questionar um ensino ou perguntar a respeito de uma decisão é porque a relação vai mal. O pastorado é um das vocações mais nobres que existem e é muito difícil cuidar de pessoas. Mas o pastor não é uma super estrela. Deve ser uma pessoa que se coloca na mesma altura do membro e estar aberto e disponível sempre para o diálogo.

Todos os casos que você relata são dessa igreja?
Não. Comecei por lá, mas quis ampliar o assunto, pois percebi como o problema estava no meio cristão em geral. Aquela minha igreja tinha apenas um certo tipo de abuso, as histórias começaram a ficar parecidas, repetir-se. Infelizmente, não foi difícil encontrar outros csos em muitas outras igrejas. Os feridos foram aparecendo, querendo contar suas histórias.

Na introdução, a senhora menciona que esse é o tipo de obra que seria melhor se nunca precisasse ser escrita. Foi muito difícil ouvir tantos casos de dor? Como se sentiu?
Foi realmente horrível. Eu chorava muito com as pessoas, enquanto elas relembravam as situações de abuso. Não é nada trivial você ser machucado por uma figura que deveria estar ajudando na sua restauração. Acho que idealizamos demais o pastor, e aí está outro problema. O pastor é a figura do apoio, do ensino manso, do abraço, do amparo. Tudo bem, tem o outro lado, da vara, citada até na Bíblia como instrumento usado para guiar o rebanho. Só que é de se esperar que o objetivo do líder seja fazer isso para o bem das pessoas, amorosamente e não na base da porrada, com o perdão da expressão. O que percebi é que muitos líderes confundem seus papéis e trocam a autoridade espiritual, baseada na própria obediência aos princípios da Palavra de Deus, pelo uso da força, um governo de domínio, com controle das decisões pessoais como única forma das pessoas fazerem o que eles queiram. Na base do cabresto mesmo. Eles diziam que negócios as pessoas deveriam fazer, com quem deveriam ou não se casar, se podiam trabalhar em certo lugar. A pessoa não podia pensar por conta própria.

Que situações podem ser consideradas de abuso espiritual?
Primeiro, para ser considerado um abuso espiritual, Deus tem que estar no meio da história. O que quero dizer com isso? O líder usa o nome de Deus ou a Bíblia, a Palavra, para legitimar suas ordens, aquilo que ele deseja que ela faça. A motivação, nesses casos, não é muito clara e nada pura. Por exemplo, usar citações de passagens fora de contexto. Tem um texto que diz "aquele que abençoa o profeta, recebe galardão de profeta". Isso é um mantra em certas igrejas. Costuma ser usado para pedir doações e ofertas. Se a pessoa está meio reticente, ela é desafiada a ter mais fé, o que, para quem pede, significa que a pessoa deve dar uma contribuição além de suas possibilidades financeiras, acreditando que Deus vai prover condições econômicas para cumprir o voto e ainda ficar com outro tanto. Essa oferta, geralmente, é destinada não para a igreja, mas especificamente para o pastor. Já vi muitos preencherem cheques e colocar no bolso do pastor. As pessoas são ensinadas a isso, de tal forma que, mesmo quando não é pedido, dão essa oferta. Outra: muitos desses ensinos não são pregados do púlpito. Se fossem, alguém certamente acabaria estranhando. São ministrados no dia a dia, às vezes, individualmente. E a pessoa faz o sacrifício. Até seu relacionamento com Deus torna-se deturpado, pois ela aprende a fazer barganha com o Senhor. Chega a ser uma Teologia da Prosperidade disfarçada. Não é pregada como em algumas igrejas neopentecostais que ensinam o fiel a mandar em Deus, mas é do mesmo tipo, porém, bem mais sutil.

Quais são os principais tipos de abuso e quais são suas características?
Posso falar em cima da reportagem que fiz, já que não sou uma teóloga, uma estudiosa que sistematizou a questão, mas uma jornalista. Por trás desses abusos existe um enorme legalismo. Os líderes estão retomando um apego enorme a regras e leis. Trata-se de uma cultura em que o fiel é ensinado a ter prática exemplar e irretocável, baseada em ações e no esforço por fazer certas coisas como eles ensinam. É isso que garante a salvação ou dá direito a recompensas. Isso também acontece porque muitas igrejas são comunidades fechadas em si mesmas, que olham para os de fora como gente capaz de trazer contaminação espiritual. Esse exclusivismo, essa doutrinação de que só eles, com seus ensinos e costumes peculiares, estão com a verdade e todo o resto está errado, também permeia as histórias de abuso. Uma das pessoas que entrevistei para o livro foi uma missionária da Igreja Batista Regular, que apanhava do marido. O detalhe é que o esposo era pastor, aparentemente um verdadeiro servo do Senhor, mas que tinha problemas emocionais mal resolvidos, era extremamente violento e batia muito na mulher. Ela chegou a ir para o hospital com problemas sérios por causa dessas surras. A mulher ia se aconselhar com outro pastor, da mesma denominação, que chegava ao ponto de bater a Bíblia em sua cabeça e dizer: "Mulher, você precisa se submeter. Você deve estar fazendo algo que está diminuindo seu marido. Deve estar tomando as rédeas da casa. Tem que fazer ele se sentir mais homem". Até pelo que eles chamam de "lei do homem", os códigos Civil e Penal, isso é crime. E, se você é pastor, fica sabendo de tal caso e não denuncia, passa a ser cúmplice. Falta humanidade e sobra legalismo, farisaísmo para esses líderes. Eles se prendem a suas interpretações estreitas e literais da Bíblia e se esquecem da essência do Evangelho. A mulher que me contou essa história, disse no final da entrevista: "Se ficasse naquela igreja, estaria apanhando até hoje". É essa condição de dignidade que Jesus quer para seus filhos?

De todas as histórias que você ouviu, qual foi a que mais a impressionou?
Entrevistei uma moça que tinha uma doença degenerativa, incurável. Ela frequentou uma igreja neopentecostal durante muitos anos buscando sua cura. Foi ensinada que "pelas pisaduras do Senhor, já tinha sido curada" e que "deveria tomar posse disso pela fé". Ou seja, viver como se já tivesse recebido a graça, até a cura chegar definitivamente. Essa moça fez isso durante um bom tempo. Ela se apegou a essa palavra, teve o apoio dos irmãos da igreja. Ela estava carente de atenção e aquilo, somado a tão poderosa palavra, tornou-se irresistível. Ela tomou posse da promessa, mas nunca recebeu a cura. Chegou ao ponto de abandonar os remédios que retardavam os efeitos da miastenia grave {Nota da Redação: uma doença autoimune que acarreta fraqueza muscular}. O que o líder não sabia é que ela tinha feridas emocionais muito antigas, provavelmente associadas a sua doença. De que adiantava ela ficar decretando sua cura, uma coisa totalmente superficial, se lá no fundo de sua alma havia tanto a ser tratado? A tal palavra veio para abafar, em vez de permitir colocar para fora. Esconder, em vez de resolver. Como não foi curada, as pessoas começaram a dizer que era porque ela não tinha fé, que estava em pecado ou estava abrindo uma brecha para Satanás em sua vida. Ela entrou em uma profunda crise existencial e passou a questionar se Deus a amava mesmo. Afinal, começou a pensar ela, "fora Deus que permitiu que o demônio tivesse acesso a minha vida só porque não consigo ser curada". No fim, ela só melhorou quando começou a fazer terapia.

Apesar de certo tom de denúncia  de contar vários casos, seu livro não cita o nome de igrejas e nem coloca o nome verdadeiro das pessoas. Por quê? Não existe o risco de haver uma generalização e falsa impressão de que todas as igrejas são iguais?
Não citei nomes porque quis proteger as pessoas da exposição. As histórias são reais e dolorosas. A condição para escrever a obra era essa. Também não citei nomes de igrejas pelo tremendo respeito que tenho às denominações e à Igreja, enquanto corpo espiritual de Cristo. Não defendo e nem apoio quem defende que a pessoa pode viver sem igreja. Mesmo que o pastor pise na bola, isso não é motivo para não congregar. Precisamos nos alimentar do convívio com as pessoas e da Palavra, e fazemos isso nos cultos e reuniões. Por isso, preferi não citar nomes. Não quis denunciar A ou B nem fazer sensacionalismo. Apenas mostrar a realidade de como alguns tipos de evangelho podem excluir as pessoas. É mais um alerta.

Recentemente, ECLÉSIA trouxe como tema de capa os escândalos que maculam a imagem da Igreja evangélica. Especialistas dizem que nunca houve tanta gente ferida e ministérios destruídos como hoje. Em sua opinião, o que leva a tanto abuso espiritual?
 Há várias formas de ler isso. Primeiro, está havendo um enorme crescimento da população evangélica no Brasil por conta da exposição na mídia. Rádio e principalmente televisão são muito usados por igrejas e ministérios. Podemos criticar o tipo de mensagem que está sendo divulgada, mas bem ou mal o nome de Jesus é anunciado. cristo é pregado, embora Mamom esteja no jogo também. Muita gente está chegando, atraída por uma propaganda nem sempre saudável, já que o Evangelho implica sofrimento também, renúncia, o lado da cruz. Como extensão, as igrejas se multiplicam, o trabalho aumenta e começa a faltar mão de obra. hoje existe uma demanda enorme por obreiros e pastores nas igrejas. O problema é que os seminaristas chegam muito mal preparados, muito jovens. Eles chegam nas igrejas sem o devido preparo, sem terem cursado um bom seminário, desenvolvido sua vocação. Não falo apenas de formação melhor em termos de conhecimento teológicos, mas de experiência pessoal de vida e de caráter transformado. Outra questão é a teologia triunfalista que está sendo pregada. Por fim, há líderes buscando sucesso, dinheiro, poder. O amor a Deus e ao próximo ficam em segundo plano. Isso não tende a acabar muito bem. Ricardo agreste, uma das fontes que ouvi, fala justamente dessa questão: como é difícil para um indivíduo que sempre auxiliou, ficou em segundo plano, ajudando nos bastidores, de repente, ser alçado à posição de líder, tornar-se importante. Todos querem ouvi-lo, estar ao seu lado. É uma tentação.

Apesar de haver casos em todas as igrejas, a impressão que dá é que no meio pentecostal e neopentecostal a situação é mais grave. Como explicar isso? Dons e profecias são usados também para corromper?
Não encontrei nenhuma pesquisa falando sobre isso, mas os pastores, estudiosos e líderes cristãos sérios que entrevistei confirmaram que no meio neopentecostal há espaço maior para a ocorrência de abuso. Isso acontece porque essas igrejas não prestam contas a ninguém e há um líder com autoridade suprema. Geralmente essas igrejas começam como reuniões promovidas por uma pessoa ou um casal em sua casa, vão crescendo e depois, mesmo que existam conselhos de anciãos ou de presbíteros para dar suas opiniões ao líder ou ao casal, o que prevalece é a posição do presidente, do fundador. Mesmo que exista uma aparência de democracia, quando ele decide, todos vão atrás. É algo meio messiânico. E, se alguém se levanta como voz contrária é massacrado pelos demais. Nesses conselhos, a única coisa proibida é discordar do líder. O fundador, o líder se acha no direito de impor suas opiniões. Mas há outros fatores: as teologias, como a da Prosperidade é um. Se você dá tanta ênfase ao dinheiro, uma hora ele te domina. Você terá que esconder dólares na Bíblia para manter seu estilo de vida. O espaço para a corrupção é enorme.

Os casos contados no livro chocam e quando se lê é inevitável o pensamento: "como fulano deixou a coisa chegar a tal ponto e durar tanto tempo?". Por que a pessoa demora tanto tempo para perceber que está sendo vítima e mais tempo ainda para sair dessa?
O abuso não nasce da noite para o dia. A ovelha constrói com seu líder um relacionamento, uma amizade; ela deposita confiança naquela pessoa, conta-lhe segredos, desabafa, pede conselhos para problemas pessoais difíceis e, num primeiro momento, encontra aquele pastor ou pastora uma figura que o acolhe e conforta. Se este pastor for um ser humano bem resolvido teológica e emocionalmente, vai saber que neste tipo de relacionamento precisa deixar claro que ocupa um papel de conselheiro, de referência ética, não de super-herói. O problema surge, na minha opinião, quando o pastor veste a capa de super-herói, ou de profeta de Deus, de Ungido do Senhor, uma pessoa que sempre tem recados divinamente inspirados para a sua congregação. O problema é quando ele acredita nesse papel - por carência, talvez, por ignorância teológica ou em alguns casos por ser um aproveitador mesmo. Ele usa a Bíblia fora de contexto para legitimar a sua figura onipotente. O fiel, que talvez tenha dado os primeiros passos no Evangelho caminhando com esse pastor, não sabe que aquela teologia é ruim. Demora para perceber, muitas vezes demora para descobrir que há outras leituras menos perigosas das Escrituras. Muitos entrevistados do livro disseram: "Hoje estou lendo a Bíblia com novos olhos, não de uma forma distorcida como lia antes". Isso é positivo.

Não é apenas na esfera da ação da liderança para com os membros que os abusos acontecem. Também nos negócios e na política. A Igreja perdeu seus referenciais éticos e sua visão de construir discípulos?
Os problemas éticos na Igreja de Cristo são antigos, basta ler as cartas do apóstolo Paulo, o Apocalipse de João, entre outras passagens bíblicas, para enxergar isso. Costumamos idealizar a igreja como se fosse possível construir uma igreja perfeita, sem manchas, uma noiva de vestido branco aqui na Terra - isso não existe e até onde entendo - não existirá enquanto o Senhor Jesus não reinar plenamente sobre nós. Ocorre que a opinião pública se volta para os evangélicos porque estamos mais expostos - basta ligar o rádio ou a televisão e ali estão os mercadores a pedir dinheiro em nome de Cristo. Então, como tudo que fica mais exposto, fica também passível de críticas e estilingadas. Há muitos bons pastores, boas referências éticas, aqueles que não se corromperam e não se venderam ao mercado da fé. Há igrejas fazendo um trabalho social relevante. Há (pouquíssimos) políticos evangélicos que podem ser tomados por referência, entre os quais a senadora Marina Silva. Mas, infelizmente, no campo da política, é difícil lembrar de muitos outros nomes.

O que fazer para combater esses abusos espirituais na Igreja?
A maturidade espiritual depende de anos de caminhada, e é importante cercar-se de líderes com um bom histórico pessoal, com uma boa formação. É preciso estar alerta para ver se o pastor é uma pessoa que se deixa questionar ou se é uma figura autocrática. É importante reparar se o ambiente da igreja favorece a comunhão com outras comunidades ou se ela está fechada em si mesma, ensimesmada, se virou um gueto onde todos falam um mesmo jargão, e acham que estar com o povo "do mundo" pode nos contaminar espiritualmente. Este é um discurso esdrúxulo que escutei bastante - é totalmente contrário a passagem que diz que seríamos um povo conhecido pelo amor. Outra forma de evitar uma igreja com potencial para o abuso é ver se os pastores são pastoreados  por outros pastores, se prestam contas de suas decisões a alguém. Em geral, o pastor que abusa costuma ser bastante independente em suas decisões.

Fonte: Revista Eclésia - Edição 137

Transcrito por: Fábio Menen

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

PASTOR CHARLES


Estive na Comunidade Nova Criatura no Domingo a noite. O pastor Charles Humberto ministrou uma palavra sobre liderança; foram lições sobre conceitos e sobre o caráter do líder, fui alimentado pela palavra de Deus nessa noite. Dentre o que foi dito ali fiquei pensando numa pequena frase que o pastor Charles disse: "Quem é você?, quem é você?". Uma pergunta para que os ouvintes buscassem conhecer sua própria identidade em Cristo Jesus. Essa pergunta se torna importante por causa do grande número de cristãos que estão em nossas igrejas e ainda não sabem o significado de seu chamado e de seu serviço no reino de Deus. E é exatamente assim que Deus faz, nos retira do anonimato e nos torna embaixadores de seu reino e do evangelho. Pedro era pescador de peixes e Jesus o torna pescador de almas. O rapaz gadareno era cheio de demônios e Jesus o torna missionário da graça e da libertação entre sua família pois é para lá que ele retorna são, liberto e salvo; que susto sua família teve quando o viu em pé, diante deles e normal. Repetindo a frase do pastor Charles: "Quem é você???" Você já se fez essa pergunta? Se é um ex drogado liberto pelo poder de Jesus então que você injete overdose do amor e da graça de Deus nos viciados; ex abatido e oprimido? Então leve a mensagem do Deus que carrega fardos, cangas e pesos de culpa pois Ele é manso e humilde de coração. Deus é assim, toma quebrantados e feridos e os recupera para que possam ser clínicos da cura e instrumentos de vida.
 
Há muito na vida desse jovem pastor que marcou minha vida. Não me esqueço de algo que ele disse uma vez: "Você é o irmão que não tive".
 
Te amo meu irmão e amigo!

Obrigado pela reflexão daquela noite na igreja pastor Charles!

Fábio Menen

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A VIUVEZ DE EZEQUIEL



E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:

Filho do homem, eis que, de um golpe tirarei de ti o desejo dos teus olhos, mas não lamentarás, nem chorarás, nem te correrão as lágrimas.
Geme em silêncio, não faças luto por mortos; ata o teu turbante, e põe nos pés os teus sapatos, e não cubras os teus lábios, e não comas o pão dos homens.
E falei ao povo pela manhã, e à tarde morreu minha mulher; e fiz pela manhã como me foi mandado.
E o povo me disse: Porventura não nos farás saber o que significam para nós estas coisas que estás fazendo?
E eu lhes disse: Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
Dize à casa de Israel: Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu profanarei o meu santuário, a glória da vossa força, o desejo dos vossos olhos, e o anelo das vossas almas; e vossos filhos e vossas filhas, que deixastes, cairão à espada.
E fareis como eu fiz; não vos cobrireis os lábios, e não comereis o pão dos homens.
E tereis nas cabeças os vossos turbantes, e os vossos sapatos nos pés; não lamentareis, nem chorareis, mas definhar-vos-eis nas vossas maldades, e gemereis uns com os outros.
Assim vos servirá Ezequiel de sinal; conforme tudo quanto ele fez, fareis; quando isso suceder, sabereis que eu sou o Senhor DEUS.
E quanto a ti, filho do homem, não sucederá que no dia que eu lhes tirar a sua força, a alegria da sua glória, o desejo dos seus olhos, e o anelo de suas almas, com seus filhos e suas filhas,
Nesse dia virá ter contigo aquele que escapar, para te dar notícias pessoalmente?
Naquele dia abrir-se-á a tua boca para com aquele que escapar, e falarás, e não mais ficarás mudo; assim virás a ser para eles um sinal, e saberão que eu sou o SENHOR.

EZEQUIEL 24:15-27

Esse é um dos textos que gela a minha alma e a deixa na mais profunda perplexidade.

Esse é um dos textos que a gente gostaria de perguntar a Deus porque Ele age de maneira tão misteriosa e sem dar explicações minuciosas sobre o que faz.

Trata-se da viuvez de Ezequiel.

O profeta Ezequiel foi chamado por Deus a profetizar durante o exílio do povo judeu na Babilônia. A tradição judaica diz que ele fundou uma escola de profetas e que ensinava a Lei à beira do Rio Kebar que corta a cidade de Babilônia.

Ezequiel estava vivendo na mesma conjuntura política e espiritual dos filhos de Israel. Ele sabia que tudo de ruim que havia acontecido ao povo era por causa de seus próprios pecados; haviam abandonado a Jeová.
Em sua profecia no capítulo 11:22-24 ele sabe que Deus irá deixar o Templo entregando cada um ao seu bel prazer dos amantes.

Jerusalém está para cair e Deus ordena que Ezequiel profetize ao povo. Essa profecia seria dramática na existência do profeta. Na verdade, ele iria perder sua esposa como sinal da queda de Jerusálem.

A partir do versículo 15 Deus fala com ele, e o que Deus diz é algo dramático: vou levar sua esposa! Ela irá morrer!.

O texto mostra a mensagem de Deus através de Ezequiel na qual Deus reforça sua mensagem, indica os motivos e faz entender o porquê do castigo ao povo que se mostrava tão rebelde. Aparecem nos capítulos, três ilustrações que explicam sobre a queda de Jerusalém. Na primeira, ilustração ele compara Israel e Judá a duas irmãs adúlteras e mostra que este pecado é grave levará ao castigo e a morte Jerusalém e seus habitantes. Na outra ilustração, os habitantes de Jerusalém são comparados à carne colocada em numa panela enferrujada e estragada, uma panela que não pode ser purificada mesmo se levada ao fogo.


E a ultima ilustração motivo desta pergunta e resposta é usada a morte da mulher de Ezequiel para mostrar a destruição do templo, o orgulho dos habitantes de Jerusalém frente aos outros povos e a delícia dos olhos do povo.

Agora imaginem ter a morte da própria esposa como a mensagem profética para o povo!?

E mais que isso, Deus diz: "Ela irá ser tirada de você subitamente". Não haveria chance de despedida. Outra vez Deus diz: "Não lamentarás, não chorarás e segure as lágrimas dos olhos". Imagine perder a "delícia de seus olhos" e não ter a dignidade de expressar a dor da perda, de lágrimas da saudade e não poder gemer o gemido da falta da companheira!?

Apenas faço perguntas que me veem ao coração mas que não colocam em dúvida o cuidado e o amor de Deus. Perguntar não ofende a Deus. Não ter fé é o que O desagrada.

Subitamente Deus "leva" a sua esposa. Todos esperam que ele chore, gema, grite, se vista de luto; mas ele não faz isso. O povo fica espantado com isso, parecendo que a morte dela não o tinha afetado. E no dia após a morte dela o verso 18 diz que ele fala ao povo. Todos querem saber do motivo da morte e sobre a razão dele está tão "indiferente" ao ocorrido. Ezequiel diz:

" Deuz destruirá o santuário ao qual é o objeto de vosso culto, orgulho e reverência. O Santuário é mais importante na vida de vocês do que a presença do próprio Deus; o santuário e não Deus é a delícia de seus olhos, vocês cultuam o templo, não há relação pessoal com Deus, apenas com o templo."

Deus também diz que eles deveriam fazer como Ezequiel fez: não prantear e nem chorar porque as próprias iniquidades deles os consumiria. Ezequiel e sua esposa seriam o sinal de que seria exatamente dessa forma como Deus estava dizendo.

O texto de Ezequiel nos traz uma mensagem muito forte. A mensagem é que Deus não divide sua glória com ninguém. O povo vivia a ambivalência de serem transgressores dos mandamentos de Deus e do culto apaixonado do santuário e de objetos sagrados. Eram devotados transgressores religiosos. Não havia presença de Deus neles apenas relação com algo que fosse sagrado.

Mas minha angústia nesse texto é que Ezequiel está sem a esposa dele...me solidarizei pela dor da perda e por não poder prantear a morte de sua companheira. De fato, se ele acordou e viu que ela não estava viva isso deve ter sido muito dramático pra ele. Imagine-se na mesma situação de Ezequiel, não lhe dá uma sensação estranha e dolorosa saber que a pessoa que você ama será tirado de você sem que essa pessoa saiba disso?

O que pode confortar é saber que ela seria retirada da terra pelo próprio Deus. Deus mesmo a receberia em Seus braços na eternidade.

Isto pra mim tem um significado importante.

A felicidade de uma pessoa está além daquilo que se possa experimentar na terra. Amamos muitas coisas aqui: cônjuges, filhos, comidas, passeios, conquistas, etc. Mas sabemos que a eternidade com Deus será algo que extrapola todo entendimento e concepções que sobre o que entendemos sobre céu. Somente o amor de Deus por nós é que faz Ele nos dar e também retirar algo de nós. Nem sempre teremos as respostas às questões como essa que Ezequiel teve, Deus se reserva muitas vezes no direito de estar calado, afinal, ele é Deus.

Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós a de ser revelada. Romanos 8:18

Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar. 1 Pedro 5:1

Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. 
1 Coríntios 15:19

Ezequiel demonstra que apesar de Deus retirar algo que amamos podemos continuar a sermos fiéis a Ele e que podemos confiar inteiramente em seu poder.

Interessante, a etimologia do nome Ezequiel significa "Deus fortalecerá". Deus será sempre a força de seus filhos, mas requer que seja adorado por corações que O amem e desejam estar com Ele através da oração e da leitura de Sua palavra.

Fábio Menen















terça-feira, 8 de maio de 2012

REDENÇÃO - O FILME





Baseado em uma história real, “Redenção” mostra a luta de um homem para trazer um pouco de paz e de esperança em uma zona marcada por conflitos. Depois de sair da prisão, Sam Childers (Gerard Butler) vira pastor e, em seguida, passa fazer trabalhos voluntários na África. O que inicialmente seria uma curta temporada para reconstruir casas na devastada Uganda se torna em um envolvimento político no Sudão. Enquanto espera por apoio financeiro para ajudar crianças desabrigadas e levanta armas contra os rebeldes no poder, Sam terá de encarar novos dilemas: dar atenção  à sua família, manter a sua fé e confrontar um passado violento que ele pensava ter deixado para trás. (filmesdecinema.com.br)

A vida de Sam Childers me impactou. A conversão dele foi simples, mas o impacto de sentir-se impulsionado a levar esperança para as crianças em Uganda é a mensagem mais importante do filme. Dificilmente existem pastores assim hoje. O personagem amava aquelas crianças com um coração paterno e nada trazia mais conforto para ele do que ajudar e socorrer essas crianças mesmo diante de tantas dificuldades e podendo perder a vida a qualquer momento. Abriu mão de sua própria vida em prol do Evangelho que ardia em seu coração e que ensinava que a fé sem obras é uma fé morta. É um exemplo de missionário hodierno.


Fábio Menen

 


segunda-feira, 23 de abril de 2012

VÍDEO - O CAMINHO DA GRAÇA PARA TODOS



O pastor Caio Fábio explica o significado de ser servo e discípulo de Jesus nesse vídeo. Também vemos a explicação de ser Igreja no contexto em que vivemos.

Fábio Menen

quarta-feira, 4 de abril de 2012

AS CICLOTIMIAS DA VIDA


Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.

Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;

Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;

Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;

Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;

Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;

Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;

Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.
Eclesiastes 3:1-8

"Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e temou de arrancar o que se plantou; tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar fora; tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; tempo de amar, e tempo de aborrecer; tempo de guerra, e tempo de paz". Eclesiastes 3:1-8

O livro Eclesiastes é de uma natureza taxativa e direta, sem rodeios e verdadeiro.

Não podemos nos esquecer que quem o escreveu foi àquele que recebeu de Deus sabedoria, sabedoria essa que nenhum outro homem, na terra, seria sábio como ele foi. Por isso, devemos levar muito a sério quando lemos esse livro.

O livro expõe alguns celeumas que atingem a vida humana, e não há explicação do "porque" sobre as angústias e perplexidades que se abatem sobre os seres humanos. Isso é diferente do conceitos que temos, pois queremos sempre saber porque a vida é como ela é, tentando sempre dar explicações sobre a razão ser das coisas. Talvez seja o livro menos lido pelos cristãos.

Eu entendo o livro como o mais filosófico da Bíblia. Salomão olha para o estranho existencialismo e diz que tudo é sem significado, sem sentido, é tudo vaidade. Por outro lado, ele afirma que isso tudo deve fazer com que os filhos de Deus, diante da vida absurda, temam a Deus e lhe obedeçam, mesmo sem entender os caminhos que lhe parecem misteriosos.

Os primeiros oito versículos do capítulo 3 atestam isso. Vemos aqui que as ciclotimias da vida podem alcançar a qualquer um. Salomão nos ensina que devemos discernir as estações, as ciclotimias que podemos viver ou que estamos vivendo nesse momento presente.

A vida da humanidade é como as estações do ano. Há primavera, verão, outono e inverno; na presente existência também há tempo para plantar e tempo para colher o que foi plantado; tempo de abrir a madre para o nascimento e de abrir a terra para sepultamento. Há tempo de começar projetos, sonhos, desejos, coisas e muitas vezes chegam tempos de arrancar e desfazer aquilo que um dia a nossa própria mão havia construído e semeado. Isto é, muitas vezes somos chamados a derrubar aquilo que outras pessoas e gerações passadas ergueram, mesmo que isso tenha sido útil para as pessoas em algum momento. Entretanto, só vale a pena derribar se houver outro projeto que tenha algo novo para se colocar no lugar, substituindo. A vida muitas vezes faz com que nos ajuntemos e amealhemos, outras vezes, a vida, mostra outra tendência: é hora de enviar, despedir, espalhar, distanciar-se e dizer adeus. Nesse ciclo da existência, como filhos da esperança e da graça, devemos ser técnicos de enfermagem de vidas, enfermeiros do amor e sair por ai curando corpos, almas, mentes e relacionamentos. Ciclotimias da vida!!!

Se entendermos a grandeza da visão de Salomão seremos produtivos, livres e esperançosos. Iremos chorar diante de um sepultamento mas não choraremos como se a morte fosse a última realidade, pois nascimento é tão forte quanto a morte. Ficaremos desapegados a "teologia da prosperidade" com seus apelos para se ter e possuir, e poderemos nos desfazer daquilo que foi bom ontem, mas perdeu o sentido hoje.

As emoções são fortes em nossas vidas hoje. A vida não é feita apenas de ciclos, mas também de emoções. E quem não vive e discerne as emoções que cada momento pede, acaba se adoecendo. Por isso, Salomão sabe que o choro é amigo no momento certo, o choro é amigo psicológico do riso. Somos capazes de dar saltos de euforia e de vitórias, e nem sempre capazes de expressar dor, luto e pranto. E uma das coisas mais importantes é a força do 'desapego' com àquilo que sabemos que devemos abrir mão. Pessoas que gostam de encontros, aconchegos, de carinhos e de abraços, devem desenvolver a capacidade de marcar a presença, de riscar linhas, limites no chão e dizer que é só até ali que se vai; tem que ser forte o suficiente para afastar de um abraço alguém que precisa ser deslocado da vida da gente. Emoções da vida!!!

O livro de Eclesiastes tenta nos aproximar da sabedoria. Não a sabedoria humana mas a sabedoria de Deus que nos faz discernir tudo isso. Sabedoria que nos faz viver; sabedoria que nos faz caminhar juntos, nos alegrando e chorando, semeando e colhendo. Sabedoria para não fazermos parte da ciclotimia que mata, destrói, guerreia e nos faz sermos agentes ativos dessas marcas, tornando-nos, assim, cúmplices da perversidade que o pecado introduziu em todas as dimensões da vida.

A percepção filosófica de Salomão mostra que todos os dias a morte e seus cúmplices nos rodeiam; também nos rodeia a possibilidade da vida, isto é, nascer, plantar, curar, buscar, coser, fazer a paz...são milagres que estão ao alcance de nossas mãos.

Ciclos, emoções e sabedoria...

Acredito que ainda não aprendemos a viver.

Esse texto estava em mim hoje. Eu preciso ler novamente.

A Beatriz em meu colo quase não deixa eu escrever rsrs

Fábio Menen

quinta-feira, 29 de março de 2012

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM CAIO FABIO


Eu só quero viver em paz”. Pastor diz não rejeitar seu passado e que quer ser livre do sistema religioso"

Por Danilo Fernandes



Depois de vários anos sumido do noticiário nacional, o pastor Caio Fábio D’Araújo Filho voltou às manchetes no fim do ano passado. Réu na ação movida contra ele por conta do episódio conhecido como Dossiê Caimã – conjunto de documentos falsos que, pouco antes da eleição presidencial de 1998, acusava altas figuras do governo de ter contas secretas naquele paraíso fiscal –, Caio foi condenado por uma juíza federal a pouco mais de três anos de reclusão. Cabe recurso, e o pastor já avisou que vai até às últimas instâncias. “A juíza quer aparecer”, ataca, sustentando a mesma versão que conta desde o início do imbróglio: a de que foi envolvido inocentemente numa conspiração política. Essa parte de seu passado, bem como muitas outras, já não são conhecidas pelas novas gerações de crentes. Contudo, os evangélicos mais maduros sabem que Caio foi a mais destacada liderança evangélica já surgida no país, cuja visibilidade, catapultada por uma ação ministerial intensa – como a criação da organização Visão Nacional de Evangelização, a Vinde, e da Fábrica de Esperança, megaprojeto social que atendeu centenas de milhares de carentes num conjunto de favelas do Rio –, marcou época entre os anos 1970 e 90.

Hoje, Caio olha para esse passado com serenidade. Ele diz que não repudia nada do que fez, mas que não quer mais saber de ser a figura pública, aclamada e requisitada de outrora. “Esse tempo acabou definitivamente para mim. Minha alma não tolera mais a possibilidade dessa vida itinerante”, diz, em sua casa em Brasília. Cercado de árvores, jardins e recantos, é dali que ele grava os programas que exibe pela internet, parte importante das atividades do Caminho da Graça, ministério que hoje capitaneia. Tida como uma igreja de perfil alternativo, o grupo reúne-se em várias cidades brasileiras e, segundo Caio Fábio, procura restaurar o sentido da comunhão cristã. “Ele é um movimento conduzido pela Palavra e pelo Espírito Santo. Queremos que invada a massa, abranja tudo e se torne incontrolável como o vento que sopra onde quer”, diz, com a retórica privilegiada que conquistou milhões de admiradores e fez sucesso em mais de 100 livros publicados. De certas experiências do passado, ele não esconde a dor – como a separação de sua primeira mulher, Alda Fernandes, com quem teve quatro filhos, e a trágica morte de Lukkas, o terceiro deles. Contudo, embora muito criticado e contestado ao longo desses anos todos, ele assegura, “diante de Deus”, que não sente mágoa de ninguém. Aos 57 anos de idade, casado com Adriana Ribeiro, Caio Fábio D’Araújo Filho se diz em paz. “Eu sou livre. Sou nascido do Evangelho, nascido de Jesus. Hoje, sirvo ao Senhor e não preciso perder o meu ser, a minha saúde, a minha paz, o meu convívio familiar. Isso é graça de Deus para mim!”


CRISTIANISMO HOJE – Recentemente, o senhor voltou ao noticiário com a notícia de sua condenação no processo que investiga o episódio do Dossiê Caimã. Como ficou esse processo?

CAIO FÁBIO D’ARAÚJO FILHO – Meu advogado entrou com recurso e eu ganhei. Agora, deve seguir para outra instância. Esse processo é uma loucura inominável. Até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que seria o maior prejudicado se a história fosse verdadeira, já veio a público me isentar de qualquer culpa.


Se sua inocência é tão óbvia como diz, por que um assunto praticamente esquecido pela opinião pública foi trazido novamente à tona?

Por iniciativa de uma juíza federal que gosta de aparecer. Como o episódio foi um fato histórico que envolveu até a Presidência da República, ela quis ser a mulher que decretou a prisão do indivíduo que seria o boi de piranha daquele negócio todo. Um grupo de advogados amigos de São Paulo queria até entrar com uma representação contra ela perante os conselhos de Magistratura, porque acharam que ela passou dos limites. Mas o advogado que me representa nos autos não deixou.

A quem interessaria uma condenação sua?

Ah, interessaria a muitos religiosos. O próprio pessoal da imprensa que me ligou disse que isso é uma coisa surreal, que aquela mulher é doida. Ninguém acredita em nada daquilo. Só a Folha de São Paulo é que deu com um destaque maior por uma razão política que eu não vou dizer aqui. E a TV Record [ligada à Igreja Universal do Reino de Deus], por razões óbvias. Estou junto como réu ao lado de Paulo Maluf e Lafayette Coutinho. No entanto, só eu fui condenado! Mas olha, se, por algum motivo totalmente inexplicável, esse negócio chegar ao Superior Tribunal de Justiça, será liquidado lá. E, se por alguma insanidade passar e for ao Supremo, vai morrer na praia.

O senhor trabalha com a hipótese de uma condenação definitiva?

Se, por alguma conjunção cósmica totalmente irracional, eu for mesmo condenado a prestar serviço comunitário ou fazer ação social, eu vou dar um grande “aleluia”, porque estarei sendo condenado a ser eu mesmo, a fazer o que sempre fiz esses anos todos, por minha total iniciativa.


O senhor concebeu e liderou um dos maiores projetos de cunho social de iniciativa de evangélicos já feitos neste país, a Fábrica da Esperança, considerado o maior do gênero na América Latina. Com esta credencial, como o senhor avalia a relativamente pequena atuação da Igreja brasileira na área social, ainda mais evidenciada quando consideramos as altíssimas somas de dinheiro arrecadadas pelos grandes ministérios e denominações?

Não existe nenhum grupo mais ególatra dentre todos os movimentos religiosos planetários do que o movimento evangélico. Isso por causa da semente dele – a semente é má, é de divisão. A semente original, de protesto contra a Igreja Católica, transformou-se numa semente de protesto existencial contra tudo. Essa divisão criou a ênfase no dogma doutrinário. Isso divide, qualquer que seja o desencontro, em qualquer nível na escala de valores. Falta tolerância naquilo que não tem significado para a salvação, no que não altera o DNA do Evangelho. Esse tipo de tolerância no olhar nunca existiu. O que se instituiu foi a prevalência do existencialismo espiritual, e esse não lida com as categorias objetivas de valor. E logo o chamado movimento protestante virou esse guarda-chuva evangélico, sob o qual cabem todas as coisas. Quando é que pode haver unidade e serviço ao próximo se, no meio evangélico a unção para nada serve senão para erigir egos? A unção do Espírito Santo deve redundar no amor, na compaixão, na misericórdia, no serviço – mas a “unção” que vemos aí só tem poder para criar lúciferes com purpurina na cara, que atuam em palcos com luzes.

Em função deste e de vários outros projetos e iniciativas, o senhor levantou muito mais recursos do que o de diversos líderes de hoje, que estão até comprando aviões particulares. À época, o senhor teve o seu?

Nunca tive avião ou helicóptero. Faz parte da minha filosofia não adquirir nada. Nem esta casa onde vivo eu comprei, ela me foi alugada a um valor simbólico por três senhoras amigas. Eu nunca comprei coisa nenhuma, nunca acreditei em compra de nada. O Caminho da Graça nunca vai comprar nada. Creio que imobilizar dinheiro do povo de Deus com patrimônio físico é pecado. Quem diz que a nossa pátria está nos céus e faz aquisições poderosas ou erige templos salomônicos está pecando contra o espírito do Evangelho. Tudo o que eu construí e mantive era alugado. Passei 25 anos declarando que não tinha o menor compromisso com a manutenção de coisa alguma que virasse um fim em si mesmo. Quando você é dono de propriedades, você acaba vivendo para fazer a manutenção de tudo e as coisas perdem a finalidade.

E o senhor vive de quê?

Sempre vivi exclusivamente do ministério. Todos os direitos autorais dos meus livros e a renda obtida com nossas atividades no passado – TV, rádio, revista, editora – era voltada para a atividade missionária, social, evangelizadora e de treinamento. Era tudo reinvestido naquilo que fazíamos. E continua sendo assim hoje.

Quem o ouve falar percebe que o senhor faz questão de traçar uma linha divisória entre o que é hoje e o que fez, em especial em relação ao seu passado institucional, quando era uma figura pública dentro e fora da Igreja. Há algo que o senhor repudia em seu passado?

Não. Eu nunca rechacei meu passado. Só não faria de novo. Naquela época, contudo, foi necessário. Só de uma coisa me arrependo no meu passado institucional: ter aceitado a imposição de ter sido feito presidente da Associação Evangélica Brasileira [AEVB], pela qual eu mesmo trabalhei muito para ver criada. Eu não queria a função, mas fui eleito por aclamação. Praticamente me obrigaram a aceitar, porque a entidade surgiu com o patrocínio da Vinde. Noventa por cento da AEVB estavam ligados aos ministérios que eu dirigia. Eu não queria e nem precisava presidir a AEVB. Pelo contrário – eu é que dei mídia para ela.


Mas a AEVB não cumpriu um papel importante na época? Afinal, ela esteve à frente de movimentos marcantes dos anos 90, como o Celebrando a Deus como Planeta Terra, o Rio Desarme-se e o Reage Rio, entre outras mobilizações que contaram com o apoio dos evangélicos.

Quando se criou a AEVB, a gente já havia perdido tempo demais discutindo o sexo dos anjos. Já estávamos correndo no vácuo do prejuízo. Esperamos muitos anos num processo lento, de muita conversa infrutífera. A AEVB só surgiu em 1991, depois que o [bispo Edir] Macedo já havia começado a dar as cartas do neopentecostalismo brasileiro. A AEVB foi criada com apoio desse pessoal que agora fundou a Aliança Cristã Evangélica Brasileira e de outros, mas ninguém botava dinheiro, ninguém se mobilizava para fazer nada.

O senhor foi convidado a participar da Aliança?

Não fui convidado, e mesmo se fosse, não iria, porque não acredito mais nisso. Todos esses irmãos queridos que estão lá sabem que eu sempre quis ser livre para dizer o que eu queria. Esse tipo de iniciativa tinha que ser criada bem antes, lá no início dos anos 1980, quando havia muita gente séria, respeitável, de corações generosos. Isso tinha de ser criado logo depois do Congresso Brasileiro de Evangelização, em 1983, que para mim foi o maior evento representativo da história da Igreja brasileira. Ali ocorreu a grande oportunidade de unidade. As almas ainda estavam ingênuas, puras, sinceras. A teologia da prosperidade não existia por aqui, o que prevalecia era a teologia da missão integral. Havia uma quantidade enorme de pastores piedosos e desejosos de ver o melhor de Deus acontecer neste país. Creio que, àquela altura, ainda dava tempo de a Igreja ter um papel de relevância e significado, Ainda dava para virar as coisas e não perder os significados do termo evangélico.

A sua separação foi um acontecimento público, que envolveu adultério. Naquela época, isso ganhou enorme peso perante a Igreja. No entanto, já àquele tempo diversas denominações já ordenavam pastores divorciados e encaravam a questão de forma liberal. Também são muitos os exemplos de pastores famosos – alguns, líderes de denominações – que se divorciaram em condições semelhantes às suas, mas a repercussão em nada se aproximou do tratamento que lhe foi concedido. Por que o seu caso, até hoje, suscita tanto escândalo? O senhor se considera perseguido?

Eu daria três razões para este tratamento especial e a grande comoção que o episódio causou. Em primeiro lugar, a minha situação para essa moçada toda foi insuportável. Ministerialmente, eu funcionava como uma espécie de foice, rodando em cima de cabeças conceituais. Toda vez que aparecia um maluco – e eu nunca precisei nominar os malucos, apenas expunha seus erros e dizia que o Evangelho era de outro jeito –, essa foice cortava logo aquela cabeça, o cara virava herege. Por isso, todo mundo tinha medo de que minha opinião conceitual colocasse alguém em situação difícil. Eu tenho certeza absoluta da quantidade enorme de gente que torcia por uma fragilidade de minha parte justamente por causa desse papel que eu exercia. E esse não foi um papel que eu pleiteasse ou buscasse; ele aconteceu espontaneamente. Foi Deus que fez isso por sua graça, eu só estava pregando o Evangelho, que, aliás, é o que eu sempre fiz.

Então, o senhor acredita que parte desta liderança que ai está não teria o espaço que tem se não fosse a sua saída do cenário? Seu espólio foi negociado?

Com certeza. Não preciso falar nada. Basta ver até 1998 quem era quem e o que aconteceu de 2000 em diante. Quer ver uma coisa? Logo depois do que aconteceu, diante daquela comoção toda sobre o que tinha acontecido comigo, houve uma reunião de 300 pastores em São Paulo especificamente para tratar sobre quem ia ficar com qual parte do meu despojo, para saber quais eram os espaços que eu havia deixado abertos e quem deveria ocupá-los. E foram milhares que também fizeram isso. Não quero nem falar de traição, porque no meu coração já estão todos perdoados, mas se eu abrisse a boca ninguém ficava em pé. Esta foi uma razão. Em que pese o fato de que eu cometi um ato pecaminoso de traição e infidelidade, isso está longe de ser a causa principal da grande comoção. Sabe qual foi a causa? Eu ter tomado a iniciativa de contar tudo, ou seja, por minha vontade expor tudo em verdade, sem que qualquer coisa tivesse sido descoberta por ninguém. E eu que ouvia a confissão de tantos deles e sabia de suas fraquezas, das promiscuidades… E, depois, estes mesmos iam à TV bater em mim confiando na minha integridade, pois sabiam que eu não os exporia.

E a terceira razão foi que, naquele momento, eu aproveitei a oportunidade e pulei fora do barco. Este foi o elemento mais doído de todos. A Igreja Presbiteriana me propôs uma discipina como condição para minha restauração. Eu respondi que não estava pleiteando nada, e que estava me desligando da denominação unilateralmente. Eu não queria mais ser parte daquilo. Escrevi três cartas e eles não aceitaram nenhuma. Pensei: “Meu Deus, isso aí não é a máfia, da qual o camarada só sai morto”! Depois me propuseram dar o tempo que eu julgasse necessário e que, depois, se eu quisesse voltar, seria restaurado e estava tudo certo. Mas eu disse que não queria.

O que passava pela sua cabeça naquele momento. O que o senhor desejava? Para onde queria ir?

Eu queria vir para cá! Queria voltar aos meus 18 anos... Eu nunca quis ser pastor ordenado. Eu sabia quem eu era e que Deus tinha me ungido. Sabia que isso tinha vindo do céu, e que não dependia de ninguém. Foi a Igreja Presbiteriana que disse que não era possível que eu, aos 19 anos, em Manaus, fosse considerado pastor pela cidade inteira, pregasse a Palavra sem ser ordenado pastor e sem aceitar ir para ao seminário.

Então a questão crucial foi a rejeição?

Sim. Eles agiram passionalmente. Era como se dissessem: “Nós amávamos esse cara e ele decidiu não ser mais parte do nosso grupo”. E, conquanto eu estivesse fazendo aquilo sem que, na minha mente, quisesse ofender nenhum daqueles irmãos, o que eu não queria era, depois do acontecido, ter de me curvar a nenhum tipo de restauração humana, mentirosa, hipócrita e plástica que queriam me oferecer. Eu sabia que o único a me restaurar era o Senhor. Eu não aceitaria nada que não viesse daquele que me ungiu e sabendo que entrar naquele esquema era vender a minha alma. Então, eles aproveitaram essa minha atitude para vender ao povão a ideia de que eu estava rebelado contra a comunhão dos santos e o amor dos irmãos.

Ao longo dos anos, foram construídos certos mitos a seu respeito e que o rotulam como extremamente liberal e até antibíblico. Um deles é de que o senhor, devido ao que lhe aconteceu, seria um incentivador de divórcios, em especial de pastores. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

Isso é uma suposição absurda. Já haviam acontecido milhares de separações de pastores antes da minha. E muita dessa gente vinha me contar os dramas conjugais e chorar as mazelas comigo. Então, é hipocrisia dizer que o que me aconteceu é que abriu as portas para que outros pastores adulterassem ou largassem da mulher. Essa percepção a meu respeito é suscitada pelo diabo na cabeça de muita gente doida. Eu nunca defendi o divórcio. Defendo que continuem casados aqueles que se amam, mas que todos aqueles que se fazem mal, que se machucam, que se ferem e se odeiam, não deveriam estar casados, pelo bem de suas almas. Sempre aconselhei todo mundo a não adulterar, a não trair a mulher. Quando cheguei aqui em Brasília, no meu primeiro ano o que eu mais fiz foi atender pastores e mulheres de pastores que queriam se divorciar e vinham me pedir aconselhamento. Gente de tudo quanto é igreja – batistas, assembleianos, presbiterianos, pentecostais. Na medida do possível, ajudei esse pessoal todo a não se divorciar. Eu dizia a quem me procurava com casos extraconjugais: “Sai dessa, você vai se estrepar com essa amante”. O que Deus uniu, que o homem não separe; e o que Deus não uniu, que não se ajunte, porque vira uma desgraça. O que me aconteceu foi, isso sim, um ato pecaminoso, de traição e de infidelidade. Um pecado diante de Deus e perante a mãe dos meus filhos. Mas o que me aconteceu não teria derrubado nada que já não estivesse demolido. É ridículo dizer que meu caso serviu de legitimação para os atos de quem quer que seja.

Por falar nisso, como é sua relação com Alda Fernandes, sua ex-mulher?

Ela é minha amiga. Passamos o último Natal juntos. Estamos sempre com nossos filhos e netos.

Quando seu filho Lukkas morreu atropelado, em 2004, houve quem atribuísse a tragédia e um juízo de Deus sobre sua vida. O que o senhor sentiu na época e como lida hoje com as pessoas que o criticam?

Só tive coração para a dor e a saudade pela partida do meu filho. Nada do que soube que disseram teve poder de gerar qualquer coisa ruim em mim. O que senti naquele momento foi paz, e se todos os meus filhos morressem, a minha resposta seria a mesma. E tem mais uma coisa – não existe ninguém, nenhum ser humano, que eu não tenha perdoado. Digo isso diante do Deus vivo e dos principados e potestades malignas. Meu coração nunca dormiu com ira em relação a ninguém, eu não tenho ódio nenhum para contar. Não tenho inimizades contra pessoas. Por outro lado, tenho opiniões a dar sobre ideias e conceitos equivocados de quem quer que seja. Não é por causa do fato de eu não ter inimizade pessoal por um indivíduo que vou deixar que a vandalização do Evangelho aconteça sem que eu me una a Paulo na luta comum da defesa do Evangelho, como todo aquele que carrega o temor de Jesus no coração.

Esse seu discurso costuma ser extremamente crítico em relação ao que chama de “igrejas institucionalizadas” e “sistema religioso”. Na sua opinião, as igrejas não têm nada de bom?

Mas é claro que têm coisas boas! Elas têm gente boa, e gente é o que existe de melhor em qualquer lugar. Ministério, para mim, é gente, só é bom se for feito por gente e para gente. Está cheio de gente boa de Deus nas igrejas. Mesmo quando há um pastor paspalhão lá na frente, os bancos estão repletos de gente boa, que sente até pena daquele indivíduo lá na frente, que faz negócios para todos os lados e com quem apareça. Tem gente que suporta o púlpito muito mais para não perder os relacionamentos de comunhão e o convívio de anos com os irmãos. Eles sabem que aqueles caras lá na frente vão passar, as modas vão passar, mas eles vão continuar ali. Existe gente maravilhosa nos ministérios. Veja aquele pessoal da Juvep [Juventude Evangélica da Paraíba, entidade que atua de maneira missionária no sertão nordestino], por exemplo. Eles perseveram há anos na mesma purezinha de alma, na mesma ideia de serviço ao próximo. Há também a Jocum [Jovens com uma Missão, movimento missionário internacional], com seus tantos braços de ação penetrados nos lugares mais distantes, em favelas, em comunidades miseráveis, em bolsões de carência no mundo todo.

O Caminho da Graça é uma espécie de reinvenção da igreja?

Não, ele é simplesmente a sequência de um caminho que eu sempre trilhei. O Caminho da Graça é a expressão de visibilidade de uma coisa subversiva que eu incito. Eu tento fazer com que o Caminho seja apenas, com muita leveza, um elemento de visibilidade mínima da possibilidade de uma comunhão cristã sem que uns mordam e devorem uns aos outros. Por isso, não tenho aquele desejo de fazê-lo crescer, ter expansão numérica simplesmente – quero que o que cresça seja essa coisa que ninguém nomeia, um movimento conduzido pela Palavra e pelo Espírito Santo que invade a massa, abranja tudo e se torne incontrolável como o vento que sopra onde quer.

O senhor diz que o Caminho da Graça é um movimento não institucionalizado, mas recentemente nomeou presbíteros e diáconos para sua sede em Brasília. Isso não vai acabar tornando o ministério como uma das igrejas que o senhor tanto critica?

Nós funcionamos baseados em dons, e não em hierarquias. Nas igrejas convencionais, o diácono é mais do que o membro e o presbítero é mais do que o diácono. Aqui no Caminho, essas funções expressam simplesmente dons de serviço. O presbítero, o mentor, não é um sujeito mais elevado na hierarquia, não tem poderes ou prerrogativas especiais. Ele é simplesmente o cara que surge pela observação dos outros: “Puxa, quanta sabedoria fulano tem recebido e manifestado”. Essas funções surgem por opiniões múltiplas, não existe reunião de concílio ou votação para escolher ninguém. E tem outra coisa: se, algum dia, lá na frente, o Caminho da Graça deixar de ser o que nasceu para ser, é a coisa mais simples do mundo – acaba tudo e começa outra vez. O problema do pessoal é que eles querem se eternizar. Querem que o grão de trigo dure para sempre, mas se o grão não morrer, não há fruto. Eu não quero perenizar nada. Eu só tenho o compromisso de servir à minha geração, não quero deixar nenhum legado, nenhum império. É preciso reconhecer que a vida é cíclica. Eu já acabei com muita coisa que tinha começado no curso da minha vida. E que ninguém duvide que, se eu tiver vida longa e alguma coisa que estou fazendo hoje se corromper lá na frente, eu mesmo vou lá e termino com tudo, não espero, não.

A manutenção do Caminho da Graça e dos ministérios a ele ligados é feita através de dízimos e ofertas?

A gente recolhe ofertas. A espontaneidade da dádiva tem que ser baseada no amor, na alegria de dar. Quem pode dar mais, dá mais; quem pode dar menos, dá menos; e quem não pode dar nada não dá nada, recebe. Paulo ensinou que é justo que aqueles que recebem bens daqueles que lhes ministram os galardoem e ajudem com bens. Mesmo com toda a capacidade que Jesus tinha de multiplicar pães e peixes e de transformar água em vinho, ele era sustentado pelas ofertas práticas e objetivas das mulheres que o serviam e de outras pessoas. O princípio espiritual da doação era operativo na vida e no ensino de Jesus e no Novo Testamento como um todo.

E quanto ao dízimo? Nesta ótica, ele seria antibíblico?

O que as igrejas ensinam é lei, é obrigatoriedade. A Igreja tornou-se uma espécie de agente substitutivo do antigo templo de Jerusalém, uma espécie de “receita federal” de Deus. É uma coletora de impostos. O dízimo é esse imposto, e ainda dizem que quem não pagar vai sofrer as desgraças descritas no capítulo 3 de Malaquias. Como a Igreja não ensina a obediência ao Evangelho como resultado do amor de Cristo constrangendo nosso coração, como Paulo ensina em II Coríntios 5, as pessoas não veem a questão da doação como algo inerente à generosidade.

Se um homossexual assumido quiser frequentar o Caminho nesta condição, como ele será tratado?

Nunca ninguém chegou no Caminho da Graça dizendo para mim que é gay praticante e que quer ficar ali. Mas não sou persecutório e nem homofóbico acerca de nenhum ser humano. Se ele quiser ficar, ouvirá o Evangelho e saberá que esse Evangelho pode criar um espaço de generosidade misericordiosa para ele ouvir a Palavra de Deus e crescer – mas nunca ouvirá uma única palavra de incentivo a qualquer relação sexual que não seja heterossexual. Se eu fizesse isso, estaria estabelecendo um paradigma que não encontro nenhum precedente para estabelecer.

Logo, ainda que solicitado, o senhor não celebraria um casamento gay?

Eu não faço esse tipo de casamento, até porque a união estável entre homossexuais não é casamento, é uma relação societária, uma empresa limitada. O Estado tem o dever de defender essa relação no que se refere ao respeito à propriedade, aos bens. Se dois gays que construíram uma vida juntos, com aquisição de bens e tudo o mais, resolvem não mais viver em comum, que se divida o que têm, e cada um leva a sua parte. Isso é uma questão de Estado, não tem nada a ver com a Igreja. Mas não estimulo nenhum tipo de união estável, a não ser aquela estabelecida entre homem e mulher que se amem.

Sua maneira de falar e até as roupas que o senhor tem usado provocam muitos comentários. A esta altura da vida, o senhor sente-se livre para dizer e fazer o que quer?

Pelo amor de Deus, você não pode mais ser o que é? Eu me visto desse jeito porque gosto. Eu sou só um carinha que deseja viver. Quem não gosta do meu jeito é livre para viver da maneira que quiser. Eu sou livre como o Evangelho. Sou nascido do Evangelho, nascido de Jesus. Sou como o vento, nascido do Espírito Santo. Quem não suporta minhas declarações, minha sinceridade e a propriedade do que digo que vá dormir com esse barulho.

(Link da entrevista: http://cristianismohoje.com.br/materia.php?k=842&__akacao=789488&__akcnt=3358f24f&__akvkey=9784&utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=CH+11+mar%E7o+2012+Caio+e+grupos)

FÁBIO MENEN





domingo, 26 de fevereiro de 2012

BEM DENTRO DE MIM - DIOGO YORK



BEM DENTRO DE MIM

Jesus tua morte trouxe vida a mim
quanto mais perto eu estiver
mais junto eu quero estar de Ti
Jesus Tua dor me trouxe salvação
teu sangue apagou a minha dor
teu corpo traz vida ao meu viver

E como as árvores dançam ao vento
teu espírito vai me levar
como os pássaros cantam uma nova canção
bem no fundo de mim ouço alguém suspirar o Teu nome
doce nome!

Jesus eu trouxe flores para ti
que colhi nos jardins dos corações
que reguei com os sonhos que sonhei
Jesus tua voz me emociona
eu me calo pra ouvir você falar
e descanso ao ver você chegar

E como as árvores dançam ao vento
teu espírito vai me levar
como os pássaros cantam uma nova canção
bem no fundo de mim ouço alguém suspirar o Teu nome
doce nome!


Linda canção de meu amigo, poeta e músico Diogo.

Deus te abençõe meu irmão, essa música fala muito ao meu coração. Você tem uma serenidade e percepção incrível.

Abraços.

Fábio Menen

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

PASTORADO! A GRAÇA DE SERVIR O PRÓXIMO


Dia 18 de Fevereiro de 2012 fui consagrado a pastor.

No momento de minha ordenação me senti tão pequeno diante de Deus; conseguia falar apenas: "me ajude Deus, me capacite Deus, ajude-me a ser como Tú queres", e as lágrimas vieram em abundância. Sei que algo novo Deus estava fazendo em mim naquele momento.

Lembro-me, nos primeiros anos de minha conversão, quando comecei a ler alguns livros devocionais e de estudos bíblicos, aquilo era novidade e eu era alimentado por algo que antes não conhecia. A leitura das Escrituras foi uma aventura que levou-me a conhecer a Deus e a Jesus de uma maneira apaixonada e reveladora. Conforme eu lia e aprendia queria transmitir a alegria do conhecimento e do saber. No início mesmo de minha conversão eu era muito tímido e faria tudo para que ninguém me chamasse à frente da igreja e falar alguma coisa, contar um testemunho, cantar, etc. Como Deus pode mudar o rumo da vida da gente.

Quando eu fazia parte da igreja Casa da Benção, fui convidado a lecionar estudos bíblicos nas terças feiras. As reuniões que eu ensinava era muito prazeroso, sentia que de minha alma jorrava tudo aquilo que o Espírito Santo estava semeando e adubando em mim. As palavras fluiam de tal modo que duas coisas interessantes aconteciam: primeiro, percebia que muitos ficavam admirados pela idade que tinha e me perguntavam como alguém tão jovem poderiam estar ensinando na igreja. Segundo, quando eu ensinava ou pregava a Palavra, as pessoas ficavam silenciosas, ouvindo com bastante atenção o que eu dizia, como se houvesse uma atração que os prendia naquele momento. Atribuo tudo isso a Deus e Sua graça em minha vida, pois sem Ele nada podemos fazer.

Ouví várias vezes irmãos dizendo: "Um dia vai se tornar pastor" e hoje escrevendo esse texto meus olhos se enchem de lágrimas diante da profecia desses irmãos aos quais não vejo mais o rosto.

Quantos caminhos já andei, quantos passos errados andei, quantas decisões precipitadas já tomei, acertos, erros...tudo isso me levou a estar onde Deus queria: em Sua presença! Amém!

Meu desejo é pastorear conforme o espírito do Evangelho, conforme Jesus, o Bom Pastor. O que é ser pastor senão reproduzir o modo de vida que Ele viveu!? Ser pastor é viver um relacionamento duradouro e pessoal com Esse que é o amado de nossa alma.

Ser pastor é seguir Jesus como o mais fascinante projeto de vida...

  • é amar a Palavra;
  • é orar pelos inimigos;
  • é alimentar irmãos;
  • é socorrer necessitados;
  • é chorar com os que choram e se alegrar com os felizes;
  • é ser humilde;
  • é ser amigo e humano;
  • é saber que os dias são de distorções da Palavra e que há falsos pastores;
  • é aprender sempre;
  • é amar as almas perdidas e proclamar o evangelho da graça.
Minha vida hoje é para servir a Deus e amá-Lo. Minha vida está em Suas mãos. Não posso viver sem Jesus que me amou, me chamou e que me capacita. Tenho tanta coisa para escrever...mas ficará para as próximas postagens.

Fica aqui o registro da alegria de minha ordenação.

A Ele toda honra, louvor e glória pelos séculos dos séculos!

Fábio Menen

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

JOAN OSBORNE - ONE OF US




UM DE NÓS

Se Deus tivesse um nome, qual seria?
E como seria seu rosto?
Se você encontrasse com ele e toda a sua glória?
O que você perguntaria, se você pudesse fazer apenas uma pergunta?

Sim, sim, sim, Deus é maravilhoso
Sim, sim, sim, Deus é bom
Sim, sim, sim, Sim

E se Deus fosse um de nós?
Apenas um desajeitado como nós
Apenas um estranho no ônibus
Tentando fazer seu caminho de casa

Se Deus tivesse um rosto,com o que seria parecido?
E você gostaria de vê-lo
Se vendo significasse que você teria acreditar
Em coisas, assim como, o Céu, Jesus e os santos
E todos os profetas

Sim, sim, sim, Deus é maravilhoso
Sim, sim, sim, Deus é bom
Sim, sim, sim, Sim

E se Deus fosse um de nós?
Apenas um desajeitado como nós
Apenas um estranho no ônibus
Tentando do seu jeito voltar para casa
Apenas tentando do seu jeito voltar para casa
Voltar para o céu sozinho
Ninguém chamando-o ao telefone
Exceto pelo Papa, talvez em Roma.

Sim, sim, Deus é maravilhoso
Sim, sim, Deus é bom
Sim, sim, sim, sim, sim

E se Deus fosse um de nós?
Apenas um desajeitado como nós
Apenas um estranho no ônibus
Tentando do seu jeito voltar para casa
Como um Holly Rolling Stone
Voltar para o céu sozinho
Apenas tentando do seu jeito voltar para casa
Ninguém chamando-o ao telefone
Exceto pelo Papa, talvez em Roma.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

PRIMEIRO TEXTO DE 2012



Ontem, dia 24 de Janeiro de 2012 estive na casa da Nayanne e também da Dijé - duas discípulas de Jesus. Eu estava ali para falar sobre a palavra de Deus.

Quem me conhece sabe que tento não complicar ao falar sobre Deus e o Evangelho; tento ser o mais simples e compreensível que posso, mas sempre com a certeza de que a fé vem somente pelo ouvir a Palavra-Voz de Deus. Fé essa que não apenas faz ter, mas crer em Jesus.

Reunir-me com pessoas para compartilhar, estudar, pensar e comungar sobre o Evangelho e sobre a Graça é um desfrute pra mim.

Primeiramente, abri no livro de 1 Coríntios capítulo 16, onde se diz que a Igreja que estava na casa de Áquila e Priscila estava saudando os irmãos da igreja de Coríntios.

Acho significativo que Paulo tenha se referido sobre a Igreja como algo que estava em uma residência. Isto é, igreja é algo que se move e que não tem geografia fixa; são pessoas que onde se reúnirem e que invoquem o nome de Jesus ali está uma igreja reunida.

Quando abrimos a porta de nossa casa para a Igreja falar sobre Deus estamos praticando a mesma comunhão que os apóstolos e discípulos de Jesus fizeram muitos anos atrás.

Que muitos "Áquilas e Priscilas" se mnifestem com o desejo de que suas casas sejam poços de Jacó onde pessoas possam beber da Água da vida.

Os primeiros cristãos se reuniam em casas, apesar de muitos também irem ao templo. Com o passar de muitos anos os discípulos de Jesus foram perseguidos e acusados de muitos males. Reunir-se em casas ou em qualquer lugar e falar sobre Jesus tinha se tornado crime, os opositores da fé não pouparam formas de perseguir e massacrar os cristãos. Muitos se reuniam antes do nascer do sol, ou então à noite, em catacumbas subterrâneas ou em cavernas.

O ápice dessa perseguição ocorreu no ano 64 e 65 d.c - Nero lançou sobre os cristãos a culpa de um incêndio em Roma e grande perseguição e morte aconteceu nesse período. Os historiadores afirmam que foi nessa perseguição que o apóstolo Pedro e Paulo morreram.

Morreram como mártires da fé. Muitos eram coberto de peles de animais e devorados por cães, crucificados, queimados vivos...Nero fez seu espetáculo particular ao caçar os cristãos.

Atos 4 nos fala sobre a comunidade cristã que orava, que experimentava livramentos sobrenaturais, que pregava sobre Jesus com ousadia, que tinham um só coração, a mesma alma, que tudo era de todos e não havia ninguém que tivese necessidade pois todos repartiam para compartilhar com os necessitados. Uma comunidade assim vence leões e perseguições sempre.

Confesso que não gostaria de estar na pele dos apóstolos e de muitos dos discípulos que viram mães, pais e filhos serem mortos diante de seus olhos por não terem negado a Jesus. A convicção do amor de Deus e uma inexplicável entrega de todo o ser e coração a Deus é que permitiu esses valentes considerarem tudo como subterfúgio por amor a Cristo.

Atos 4 deve ser leitura obrigatória nesses dias em que muitos vão à igreja pensando apenas em si mesmos e nos seus caprichos. Havia koynonya entre eles, tudo em comum.

Por isso, quando vou à igreja ou uma célula, ou reuniões em casas, não é por obrigação, mas pela necessidade de estarmos juntos. É uma necessidade para suprir a alma o encontro humanitário e espiritual da ecclesia.

Só é possível viver assim se você entregou sua vida a Jesus.

Seguir a Jesus é o mais fascinante projeto de vida.

Esse é o pequeno resumo do que falei ontem a noite.

Beijo fraterno em todos.

Fábio Menen