quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

ARTIGOS - A SUBVERSÃO DO REINO DE DEUS 3



Repetindo: Isaías temeu e tremeu diante de Deus. Isaías ficara extasiado diante de tamanha revelação e graça. A partir desse episódio, Isaías é comissionado a ser profeta. Antes do chamado a ser profeta ele foi santificado; santidade deve vir sempre antes de qualquer chamado. Antes de sermos profeta devemos ser santos. Santidade é dedicação total para Deus.


No Novo Testamento vemos com clareza essa revelação de Deus para Seu povo.


Em Cristo, todos quantos crêem N’ele, independente da sua maturidade espiritual, são chamados santos


“Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus...”
Filipenses 1:1


Quando nossas consciências se rendem ao Senhorio de Cristo e por Ele são transformadas, passamos a ser novas criaturas - 2Coríntios 5:17 “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”; são chamados filhos de Deus João 1:12Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome”; recebem justificaçãoRomanos 5:1Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”; e salvaçãoRomanos 10:9 – “A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo”.


O Apóstolo Paulo escrevendo uma carta à igreja de Éfeso, a quem ele amava como filhos, parece querer alertá-los quanto aos perigos de se desviarem do primeiro amor e da vocação a qual haviam sido chamados. No capítulo 4 verso 17 a 24, Paulo admoesta a viverem em santidade – que é conhecer e ser conhecido por Deus -, em contraste com o sistema de vida dos que vivem sem Deus. Ele não expõe a idéia de vida com Deus como reclusão do mundo, mas como pessoas inseridas no mundo sem serem do mundo. Não podemos nos reclusar do mundo, pois o sal da terra deve dar sabor em todas as esferas da sociedade, isto é, no mundo. A luz que Jesus disse que somos deve brilhar onde jazem as trevas, do lado de fora da igreja para os que não O conhecem, através de nós, vendo a luz e o sabor, sejam convencidos e glorifiquem a Deus Pai.


A Igreja deve sim salgar o meio em que vive, não apenas dentro do templo, mas fora dele. Não espera que pecadores tomem a iniciativa, mas os iniciadores e agentes de Deus para fazer o nome do Senhor conhecido e louvado.


No livro de Levítico, ecoa a voz do Senhor: “Eu sou o Senhor, vosso Deus; portanto, vós vos consagrareis e sereis santos, porque eu sou santo...” (11:44)


O apóstolo Paulo queria imprimir em seus irmãos em Éfeso essa visão da santidade; a mesma que havia visitado Isaías, e que se esquecessem de vez da vida anterior que haviam levado – idolatria, prostituição e filosofias vãs -, para que não voltassem a praticar o que deveriam abandonar. A igreja de Éfeso deveria pensar de si mesma como pessoas “em Cristo”, pessoas com identidade nova – Efésios 2:12-13:


Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo. Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.”


A vontade de Deus é que estejamos em Cristo, pois seremos participantes das bênçãos do Reino de Deus.


’NÃO ANDEIS COMO TAMBÉM ANDAM OS GENTIOS, NA VAIDADE DE SEUS PRÓPRIOS PENSAMENTOS” Verso 18


A sociedade sem Deus vive no obscuro, na escuridão, sem luz e sem percepção das coisas espirituais. É o homem ou a mulher que tem a mente fechada, lacrada, trancada e que não aceita aquilo que vem da Palavra de Deus. É o que diz em 2 Coríntios 4:4nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo”.


Paulo informa que há um ser petrificando mentes para que os valores do evangelho não sejam compreendidos e aceitáveis pela mente moderna. O homem, a quem Deus capacitou de raciocínio, de pensar e de elucubrar, não consegue por vias próprias, exaurir as coisas espirituais, pois lhe estão vedados os instrumentos de compreensão para as verdades da Palavra e do reino de Deus. Sendo assim, o que ocorre é uma resistência ao evangelho e aos valores espirituais contidos nela, sendo que a Palavra de Deus traz consigo vida, revelação, verdade e salvação. “Ora o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente1Coríntios 2:14.


Nicodemos não entendia a idéia de “nascer de novo”, pois ele queria interpretá-la do modo humano e natural; e não pôde entendê-la, pois no dizer de Paulo, vários assuntos espirituais são discernidos e entendidos, espiritualmente; como revelação do Espírito Santo, que abre o nosso entendimento e faz esclarecer princípios de Deus para a nossa compreensão. Vale ressaltar que o ódio e a ira praticados contra alguém é conseqüência de uma mente fechada e obscurecida: “Aquele, porém, que odeia seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram (obscureceu) os olhos1João 2:11 (o grifo é meu).


ALHEIOS, À VIDA DE DEUS POR CAUSA DA IGNORÂNCIA EM QUE VIVEM” Verso 18b


Viver alheio é viver sem se importar; é ser indiferente, rejeitar e não querer aproximação.

É o ateu que rejeita a Deus pela negação que faz e pelas vãs filosofias. Elucubrou e pesquisou tanto, que passa a ter a presunção de poder afirmar “Deus não existe”; isso porque Deus não é “estudável” e não há como colocá-lo dentro de um “tubo de ensaio”. Então, nega-se a Deus. O ser humano não sabe lidar nem com a própria existência e ainda quer afirmar que não há Deus.


O que me preocupa de fato, é o ATEÍSMO CRISTÂO. Sim, podemos negar a Deus. Podemos ter uma boca que O confesse, conhecer seus mandamentos, caminhos, saber como proceder, e a despeito disso, procedermos contra aquilo que afirmamos crer; na prática, fica evidenciado o quão ateus podemos ser. Isso porque para o ateu não há absolutividade e referenciais, tudo pode ser relativo. Nós, os cristãos, temos Alguém absoluto sobre todas as coisas e temos referenciais de vida, pautados na Palavra do Senhor Jesus. Agora, quando nosso proceder e agir no meio da sociedade é desprovido de absolutividade e integridade e sem referências éticas que nos “diferencie” dos outros, negamos a Deus por esses atos. Tornam-se ateus os que sabendo como comportar-se diante de Deus vivem exatamente como se Ele não se importasse com muitas feiúras que se praticam. O sujeito vai se acostumando com Deus. O coração vai ficando pedrado, ignorante e insensível. Imagine que essa era uma das razões pela qual Jesus tanto criticou os Fariseus e Saduceus. Se alguém dissesse que era diferente deles, e ao mesmo tempo dizer que era de Jesus, era tratado como não “filho de Abraão”, pois só eles seriam os “eleitos”; afinal, são eles quem guardam as “sãs doutrinas” irremovíveis e por isso possuem a legitimação divina. Eles negavam a Deus mediante a interpretação ortodoxa impiedosa que praticavam. Negamos ao Senhor e abandonamos o “espírito” do Evangelho quando nos tornamos fanáticos e intolerantes. São muitos os que desistem de Deus por essa razão.

Quem poderia dizer que os que eram porta-vozes da lei de Moisés eram justamente os que negavam a Deus por estarem lutando contra a Graça de Jesus!? Ser alheio a Deus é saber que Ele existe e que Ele deseja que eu O conheça todos os dias, e sabendo disso, simplesmente o tratar com desdém, sem temor e sem reverência. Os próprios anjos do céu escondem a face para não O verem, conforme Isaías, e muito dos que são oferecidos amor e graça tratam do que receberam como algo fútil e sem importância.


Pensamos quase sempre que as admoestações de Paulo são para os incrédulos e nunca para nós. Veremos transformações significativas quando realmente não falarmos só de boca, mas quando essa confissão de Deus tenha voz e atitudes visíveis no meio da sociedade como frutos do Espírito Santo em nós.

Continua...

Fábio

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