quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

ARTIGOS - A SUBVERSÃO DO REINO DE DEUS 2


Somente Deus que é pai, criador e autor da existência, poderá mudar a vida do ser humano caído. Ele enviou Jesus como Salvador e Senhor. Pois é exatamente o que o mundo necessita, salvação e senhorio. Mas, para isso acontecer, é necessário o encontro entre Criador e criatura, entre o Pai e o filho, entre o Salvador e o perdido. Encontrá-Lo, ou melhor, ser encontrado por Ele, implicará para o homem crise de seu próprio coração, que é carnal e alienado de Deus. Quando o homem é confrontado por Deus e pela Santidade que lhe é exposta – não a santidade religiosa e legalista – mas a santidade que advém do próprio Deus, a consciência desse indivíduo o acusa da impossibilidade de por méritos próprios ser digno de estar/permanecer na presença do Todo Poderoso. Todo encontro com Deus deverá provocar uma crise no ser humano; porém, uma crise que o fará olhar a si mesmo como Deus o vê.

Essa crise acentuará a consciência de que viver em santidade é viver única e exclusivamente com Deus em toda sinceridade de coração e entrega diária da vida a Ele. Quando se vive com Deus, mediante Jesus, a alma encontra prazer Nele; palmilham outros caminhos que é o caminho do discipulado e segue após Jesus.

Eis a cura para a sociedade: pessoas que são encontrados por Deus, tornam-se discípulos de Jesus, crescem em maturidade, consciência e experiência, semeando a mensagem do Evangelho que é a boa nova do reino de Deus. E a boa nova é que Deus está reconciliado com o mundo.

Então, quando se anda com Deus, a mente se metamorfoseia constantemente; mudança de consciência, de pensar, de atitudes e atos. Não há outra forma de “transformação interior” a não ser pela total entrega do ser Àquele que “sonda mentes e corações”.

A religião não gera essa transformação em indivíduos e em sociedades; a religião pode mudar suas roupas, seu penteado, seu cabelo grande, sua profissão e impor até regras, mas não tem nenhum poder de gerar um novo ser, uma nova criatura, que é a proposta de Jesus de Nazaré. A religião nasce na terra e busca alcançar a Deus, o Evangelho tem início no coração de Deus para alcançar os que habitam a terra. Tudo começa em Deus e termina com Ele. E o que vier a acontecer a qualquer ser humano como bem de Deus é pura Graça, pois a Graça é ação de Deus em favor dos homens.

Se não for mudança como resultado da Graça, mas por medo, punições e pelo inferno, será gerado aí um religioso frio e vazio, que diz que anda com Deus, não em uma relação aberta, apaixonada, pacificada, alegre e confiante, mas na base do medo, do castigo e das muitas barganhas com Deus.

Já encontrei pessoas assim: desviados da igreja, com medo de Deus e da santidade imposta. Desviados não de Deus, mas de regras e imposições humanas. Quando isso acontece, o julgo se torna tão pesado, que aquilo que era para ser libertador, passa a ser opressor. Sendo que no encontro com o Senhor da vida, há descanso em Sua presença e pacificidade em seu coração. Digo mais ainda, que para esses que impõem o jugo humano o que valem para eles é a aparência imediata. Não e importam se você ora mesmo, se busca o Senhor com verdade, se ama a Deus, se lê a Palavra com oração e discernimento e se tem compromisso ético e coerente com aquilo que se refere ao “viver em Cristo” no meio da sociedade. O que percebo e o que já vi muitas vezes são falsificações camufladas por uma pseudo-espiritualidade travestidas de aparências cristãs. São muitos os que dizem que tem a “Paz do Senhor, irmão!”, mas vivem cheios de ódio, irreconciliáveis, sem afetos, sem ternuras, sem misericórdia; atitudes essas sim, abomináveis diante de Deus.

Penso em Isaías em sua visão do Trono e da glória de Deus quando vê anjos que voavam em volta do Trono olhando uns para os outros proclamando a santidade de Deus e sobre a terra estar cheia da glória Dele. Nesse momento, Isaías entra em crise, ele sabe da pecaminosidade de seu coração e de sua inadequação e diz: “Aí de mim! Estou perdido!”. Porêm, é nesse momento de confissão e quebrantamento, que um anjo lhe toca os lábios, purificando-o de suas impurezas. Isaías é convocado a ser profeta.

Esse texto fala sobre a Graça de Deus. Deus se permite “ver” por alguém que não tinha credenciais para vê-lo, mas transforma radical-mente a vida de Isaías.

Amo essa perplexidade de Isaías! Vejo o quão longe estamos de sentirmos o que ele sentiu na presença do Senhor da vida. Acostumamos-nos com Ele. Não causa mais uma “expectativa” no coração em relação ao próximo encontro com Ele; cultuar virou sinônimo de sair de casa e ir para a igreja, nada mais. Não se cultua a Deus no templo e nem na vida onde o verdadeiro culto acontece.

O homem e a mulher que vive essa bendita inadequação que Isaías viveu receberão a revelação de que os seus próprios méritos não legitimam sua aproximação de Deus, mas que, todo dia o Sangue do Cordeiro Eterno, Jesus, estará cobrindo sua vida, fazendo dele um filho da Graça e do amor e o fará gozar a presença do Pai. Adorar a Deus pelo prazer te um dia Tê-lo conhecido.

Estamos acostumados a irmos aos cultos da prosperidade, da vitória, do sucesso, da conquista; pensando apenas em fórmulas para crescer e tomar posse de alguma coisa. Se a sua relação com Jesus se baseia nesses critérios, saiba que você se paganizou em relação a Deus.
Continua...
Fábio Menen








2 comentários:

  1. A religião revela a falência da potencialidade humana em criar regras necessárias para a aquisição da salvação. A religião, por exemplo, diz que existem homens bons e homens maus (o bom homem é, por natureza, aquele que mais se parece comigo); em contrapartida, a Palavra nos exorta que existem os que se arrependem e os que não se arrependem, pois todos são maus e indignos/carentes da glória de Deus... A religião cria um acervos de regras e normas litúrgicas que estrapolam as ordenanças bíblicas, produzindo, especificamente, dois tipos de indivíduos: o hipócrita que não consegue viver tudo que está promulgado pelas regras legalistas religiosas, e encauteriza sua mente para fingir, alcançando uma reputação de vivo, mas totalmente morto por dentro; e, aquele que é sincero interiormente, se vê completamente frustrado por não conseguir viver o jugo que lhe é imposto e concebe-se como alguém que não pode ser alcançado pela salvação em face de sua indignidade, esquecendo-se que a salvação não aponta para a dignidade mas para a justiça alcançada pela fé, mediante a Graça. Já a Palavra nos revela que os preceitos fundamentais para a Salvação é crer com o coração para a Justiça e confessar com a boca para a Salvação... Crer e, conscientes de nossa impotencialidade, dia após dia, experimentar a renovação da mente por meio da morte para o mundo e ressurreição para Cristo... A religião constrói um grande exército de sobreviventes. Já a Redenção aposta na morte, visto que a morte é o caminho para a nova vida; ou seja, enquanto o religioso tenta sobreviver, a Palavra diz: - Morra, para que Cristo viva! A religião edifica o ego e fabrica imagens e arquétipos para serem idolatrados como figuras intangíveis e sobremorais... A redenção destrói o ego e desvaloriza a auto-estima para que o Autor seja glorificado trazendo uma paz é construída não na auto-ajuda ou no conhecimento interior, mas na Ajuda do Alto e no conhecimento do Soberano, com gozo, justiça e amor no Espírito...

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  2. Valeu pelo complemento!

    Que a riqueza da sabedoria que vem de Deus nos alcance sempre!

    Abraços.

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