terça-feira, 24 de novembro de 2009

HOSPITALIDADE, A IGREJA E VOCÊ



1
¶ Depois apareceu-lhe o SENHOR nos carvalhais de Manre, estando ele assentado à porta da tenda, no calor do dia.
2
E levantou os seus olhos, e olhou, e eis três homens em pé junto a ele. E vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro e inclinou-se à terra,
3
E disse: Meu Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que não passes de teu servo.
4
Que se traga já um pouco de água, e lavai os vossos pés, e recostai-vos debaixo desta árvore;
5
E trarei um bocado de pão, para que esforceis o vosso coração; depois passareis adiante, porquanto por isso chegastes até vosso servo. E disseram: Assim faze como disseste.
6
E Abraão apressou-se em ir ter com Sara à tenda, e disse-lhe: Amassa depressa três medidas de flor de farinha, e faze bolos.
7
E correu Abraão às vacas, e tomou uma vitela tenra e boa, e deu-a ao moço, que se apressou em prepará-la.
8
E tomou manteiga e leite, e a vitela que tinha preparado, e pôs tudo diante deles, e ele estava em pé junto a eles debaixo da árvore; e comeram.
9
¶ E disseram-lhe: Onde está Sara, tua mulher? E ele disse: Ei-la aí na tenda.
10
E disse: Certamente tornarei a ti por este tempo da vida; e eis que Sara tua mulher terá um filho. E Sara escutava à porta da tenda, que estava atrás dele.
11
E eram Abraão e Sara já velhos, e adiantados em idade; já a Sara havia cessado o costume das mulheres.
12
Assim, pois, riu-se Sara consigo, dizendo: Terei ainda deleite depois de haver envelhecido, sendo também o meu senhor já velho?
13
E disse o SENHOR a Abraão: Por que se riu Sara, dizendo: Na verdade darei eu à luz ainda, havendo já envelhecido?
14
Haveria coisa alguma difícil ao SENHOR? Ao tempo determinado tornarei a ti por este tempo da vida, e Sara terá um filho.
15
E Sara negou, dizendo: Não me ri; porquanto temeu. E ele disse: Não digas isso, porque te riste.
16
¶ E levantaram-se aqueles homens dali, e olharam para o lado de Sodoma; e Abraão ia com eles, acompanhando-os.

Eu creio no que está escrito versículos acima. Anjos, os mensageiros de Deus visitando os humanos aqui na terra. São eles, conforme o livro de Hebreus:

"...espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação...",

que também creio que essa experiência pode ser vivida hodiernamente. Principalmente por que Deus é Senhor e Soberano sobre tudo e todos e realiza seus atos conforme o seu bem querer.

Eram três estrangeiros, homens estranhos que num dia qualquer foram visitar o patriarca Abraão. Abraão os recebeu com singeleza e receptividade – coisas que faltam hoje no meio cristão - , preparou uma boa comida para eles e ambos conversaram bastante. Não sabiam que a visita não era humana, e sim, angelical. Eles disseram sobre a boa nova de que, Sara, mesmo velha, teria o filho que tanto sonhara e desejara. Bendita hospitalidade!

Amados, isso lembra também o episódio da viúva de Sarepta, vamos recordar?

Bem, essa viúva que já tinha a dor de ter perdido seu marido era uma mulher pobre e que havia chegado a uma situação tão dramática em sua casa, que ela estava preparando a última refeição para si e seu único filho, e depois, esperar a morte. O profeta visita a casa dessa viúva e ironicamente ele pede algo para comer. Ela o recebe em sua casa e mesmo sem ter o que comer prepara um “lanchinho” pra ele. E o que ela recebe como favor e graça? Azeite, farinha, e a ressurreição de seu filho que havia morrido uma enfermidade grave. No coração dessa mulher havia espaço para abrigar um forasteiro. Em sua hospitalidade ela recebeu a promessa do Senhor. Essa história se encontra no livro de I Reis 17.9-24.

E o que dizer sobre os discípulos de Jesus registrado no evangelho de Lucas 24.13-35?
Eles estavam muito abalados e tristes pela morte de Jesus. Andavam mas eram uma andar pesaroso, sem esperança e sem alegria. De repente, um estranho aparece no meio do caminho e conversam com ele sobre os acontecimentos da morte de Jesus de Nazaré. Eles o convidam a entrar na casa para comer com eles, e no partir do pão, esse convidado se revela como o Senhor ressurreto.

Hoje nós vivemos em um mundo violento. As notícias sobre sequestros relâmpagos, assassinatos, espancamentos, estupros, assaltos tem se exacerbado diante de nossos olhos. Isso nos tornou pessoas mais receosas, desconfiadas e precavidas. Ao olhar para várias casas e vendo seus muros, grades, cercas elétricas e seguranças residenciais, parece que nosso lar se transformou em fortalezas e esconderijos. Não há quase ninguém que possa parar seu carro para dar carona a um estranho ou abrir a porta para alguém desconhecido. Isso com uma certa razão.
Temos medo.

Em nossa comunidade ou na igreja também temos medo. Medo de se abrir, de se expor, de não ser aceito, compreendido e de ser explorado; apesar que muito disso acontece mesmo em nossas igrejas. A igreja é o lugar da comunhão por excelência, infelizmente está se transformando em um lugar hostil onde não se pode confiar em pessoas para se expor o coração. Se alguém participa de algo, não se dá por inteiro, sempre achando que haverá alguém na espreita procurando uma oportunidade para ferir ou abusar.

Igreja que não é templo e paredes deve ser a igreja da comunhão e ter espaços para se manifestar a graça e o amor de Deus. Olhe para a sua igreja e veja se ela é uma igreja hospitaleira e agasalhadora de vidas. Na hostilidade da vida, os feridos procurarão saídas e escapes, a igreja deverá ser o local e o espaço para o acolhimento. A parábola do Bom Samaritano precisa urgentemente ser relida e entendida.

A igreja não deve julgar as pessoas pelo o que elas demonstram ser, deverá receber bem em suas casas ou em suas comunidades, abrindo o coração para acolher qualquer um e permitir que esse ambiente da Graça o faça experimentar transformações, mudanças e alteração de consciências. Qualquer um que for bem recebido terá confiança em se abrir sem medo e exporá seus temores causados pelas doenças de nosso século.

O quero dizer é que eu e você podemos ser como “anjos” e profetas que levam a boa nova. E também seguindo sempre a hospitalidade, afinal: “Não negligencieis a hospitalidade, pois alguns, praticando-a, sem o saber, acolheram anjos”. Hebreus 13:2

Que as nossas experiências com Deus sejam dramáticas e profundas. Que Deus tire de nós as pobrezas do coração.
Pensem nisso!
Fábio Menen

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