domingo, 29 de novembro de 2009

ARTIGOS - A SUBVERSÃO DO REINO DE DEUS



"Senhor, Deus da verdade, acaso, para Te agradar, basta ter conhecimento? Infeliz do homem que, tendo conhecimento de todas as coisas, Te ignora; mas feliz de quem Te conhece, mesmo que ignore todas as coisas. Quanto ao que é cheio de conhecimento e ainda também Te conhece, não é mais feliz por causa de sua ciência, mas só é feliz por Ti, se, conhecendo-Te, Te glorificar como Deus, e Te der graças, e não se desvanecer em seus pensamentos".

SANTO AGOSTINHO

O Evangelho é poder de Deus para a transformação de vidas e consciências mortas. Sim, todos os que nasceram, nasceram sob o vaticínio de que mesmo vivos no corpo, espiritualmente estão mortos.


A sociedade que conhecemos, pelo o que apresenta, é uma sociedade morta. No rosto das pessoas é visível a exterioração dessa terrível realidade. Não falo da morte propriamente dita; falo da morte antes da "morte do corpo", falo das inúmeras existências que passam e se vão sem poderem experimentar "vida" enquanto estão vivos; são pessoas que passam por muitas experiências e sensações, mas que, continuam em busca de alívio e satisfação que não satisfazem nunca. São indivíduos que se introduzem em profundos questionamentos, e em resposta, criam fugas do mundo real entregando-se a prazeres efêmeros e sórdidos.


Se honestamente fizermos uma leitura de nossa sociedade, de nosso povo e de nossa cultura, veremos que essa é uma realidade existêncial e espiritual em que jazem milhares de pessoas. Não há como fugir ou fingir desse fato. O mundo involui.
Encontra-se todos os dias pessoas com histórias das mais bizarras possíveis. Falam sempre da "morte" que visitou seus lares, suas casas, suas histórias e sem permissão, desgraçou seus sonhos. São filhos que não resistiram a realidade de verem seus pais espancando a mãe e que nunca ofereceram amor em casa, virarem "clones" daquilo que um dia os estigmatizou, insensíveis, arrogantes e delinquentes. Mulheres que desistem de viver pois não suportam mais a humilhação de serem traídas e de levarem surras de seus maridos. Homens que não podem ser fiéis e transparentes em suas relações e negociações, pois a figura do homem é sempre a figura de quem pode passar por cima de quem quer que seja, pai, mãe, esposa e filhos, importando apenas atingir e realizar seus prazeres.

Ser honesto e verdadeiro é pecado! Triste constatação.


A proposta do Evangelho de Jesus é re-fazer o que foi desfeito, tanto pelos erros humanos quanto pela sagacidade do diabo. Uma sociedade morta é composta por pessoas que embora vivas no corpo, já morreram em seus sonhos e esperanças. São pessoas que apenas externas angústias e impotências diante de quadros pintados de incertezas em seus corações.


Medo de investir no amor, medo de ser traído; medo de sntir, apaixonar, acreditar, errar, em se doar; enfim, medo de viver. E a causa do medo existente não só em indivíduos, mas também na sociedade, é devido a opressão maligna que atua no inconsciente coletivo das pessoas, levando-as a enfermarem em suas almas recebendo todas as sugestões de seu corpo desenfreado e fazendo-as acreditar que a vida que levam é assim mesmo, é natural, não tendo como mudá-la. E caem no pessimismo fatalista que é a entrega da vida à desistência de esperança.
Sei que são muitos os que carregam culpas e medos em uma sociedade adoecida e neurótica, devido a pobreza e violência que vemos no dia a dia.


O homem com todas as suas descobertas científicas e tecnológicas, ainda não descobriu a fórmula de produzir o bem nas pessoas; e de fato, não há fórmulas, sendo que o que pode resolver os problemas da sociedade e indivíduos, está além da possibilidade de qualquer psicólogo ou psicanalista solucionar. Essa questão só é resolvida nos ambientes do coração e da alma. Só se encontra o sentido da vida quando se encontra com a Verdade que liberta. Os sintomas que pessoas de classes sociais distintas enfrentam são as mesmas. A mesma depressão, a mesma insegurança, omesmo ódio, a mesma rotina. Atinge a qualquer um, sem distinção. Há uma frase que li do pastor Caio Fábio em seu livro Confissões que ratifica bem o que eu disse:

"Quando a pior realidade que um ser humano conhece na existência é a morte, então ele quer viver, mas quando, de súbito, ele reconhece a vida como sendo a pior experiência de seu existir humano, então, nesse dia, ele deseja ardentemente morrer".


E quem é que pode afirmar que não passa ou passou por essa vida sem experimentar tais angústias?

Vamos falar mais sobre isso na próxima postagem.

Um grande abraço!

Fábio Menen

sábado, 28 de novembro de 2009

VÍDEO - UNICO FILHO

UMA PARÁBOLA DO AMOR DE DEUS POR NÓS.

DEUS AMOU AO MUNDO DE TAL MANEIRA QUE FOI CAPAZ DE OFERECER SEU FILHO PARA MORRER EM FAVOR DE TODA HUMANIDADE.

GRAÇA E PAZ!

FÁBIO

terça-feira, 24 de novembro de 2009

HOSPITALIDADE, A IGREJA E VOCÊ



1
¶ Depois apareceu-lhe o SENHOR nos carvalhais de Manre, estando ele assentado à porta da tenda, no calor do dia.
2
E levantou os seus olhos, e olhou, e eis três homens em pé junto a ele. E vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro e inclinou-se à terra,
3
E disse: Meu Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que não passes de teu servo.
4
Que se traga já um pouco de água, e lavai os vossos pés, e recostai-vos debaixo desta árvore;
5
E trarei um bocado de pão, para que esforceis o vosso coração; depois passareis adiante, porquanto por isso chegastes até vosso servo. E disseram: Assim faze como disseste.
6
E Abraão apressou-se em ir ter com Sara à tenda, e disse-lhe: Amassa depressa três medidas de flor de farinha, e faze bolos.
7
E correu Abraão às vacas, e tomou uma vitela tenra e boa, e deu-a ao moço, que se apressou em prepará-la.
8
E tomou manteiga e leite, e a vitela que tinha preparado, e pôs tudo diante deles, e ele estava em pé junto a eles debaixo da árvore; e comeram.
9
¶ E disseram-lhe: Onde está Sara, tua mulher? E ele disse: Ei-la aí na tenda.
10
E disse: Certamente tornarei a ti por este tempo da vida; e eis que Sara tua mulher terá um filho. E Sara escutava à porta da tenda, que estava atrás dele.
11
E eram Abraão e Sara já velhos, e adiantados em idade; já a Sara havia cessado o costume das mulheres.
12
Assim, pois, riu-se Sara consigo, dizendo: Terei ainda deleite depois de haver envelhecido, sendo também o meu senhor já velho?
13
E disse o SENHOR a Abraão: Por que se riu Sara, dizendo: Na verdade darei eu à luz ainda, havendo já envelhecido?
14
Haveria coisa alguma difícil ao SENHOR? Ao tempo determinado tornarei a ti por este tempo da vida, e Sara terá um filho.
15
E Sara negou, dizendo: Não me ri; porquanto temeu. E ele disse: Não digas isso, porque te riste.
16
¶ E levantaram-se aqueles homens dali, e olharam para o lado de Sodoma; e Abraão ia com eles, acompanhando-os.

Eu creio no que está escrito versículos acima. Anjos, os mensageiros de Deus visitando os humanos aqui na terra. São eles, conforme o livro de Hebreus:

"...espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação...",

que também creio que essa experiência pode ser vivida hodiernamente. Principalmente por que Deus é Senhor e Soberano sobre tudo e todos e realiza seus atos conforme o seu bem querer.

Eram três estrangeiros, homens estranhos que num dia qualquer foram visitar o patriarca Abraão. Abraão os recebeu com singeleza e receptividade – coisas que faltam hoje no meio cristão - , preparou uma boa comida para eles e ambos conversaram bastante. Não sabiam que a visita não era humana, e sim, angelical. Eles disseram sobre a boa nova de que, Sara, mesmo velha, teria o filho que tanto sonhara e desejara. Bendita hospitalidade!

Amados, isso lembra também o episódio da viúva de Sarepta, vamos recordar?

Bem, essa viúva que já tinha a dor de ter perdido seu marido era uma mulher pobre e que havia chegado a uma situação tão dramática em sua casa, que ela estava preparando a última refeição para si e seu único filho, e depois, esperar a morte. O profeta visita a casa dessa viúva e ironicamente ele pede algo para comer. Ela o recebe em sua casa e mesmo sem ter o que comer prepara um “lanchinho” pra ele. E o que ela recebe como favor e graça? Azeite, farinha, e a ressurreição de seu filho que havia morrido uma enfermidade grave. No coração dessa mulher havia espaço para abrigar um forasteiro. Em sua hospitalidade ela recebeu a promessa do Senhor. Essa história se encontra no livro de I Reis 17.9-24.

E o que dizer sobre os discípulos de Jesus registrado no evangelho de Lucas 24.13-35?
Eles estavam muito abalados e tristes pela morte de Jesus. Andavam mas eram uma andar pesaroso, sem esperança e sem alegria. De repente, um estranho aparece no meio do caminho e conversam com ele sobre os acontecimentos da morte de Jesus de Nazaré. Eles o convidam a entrar na casa para comer com eles, e no partir do pão, esse convidado se revela como o Senhor ressurreto.

Hoje nós vivemos em um mundo violento. As notícias sobre sequestros relâmpagos, assassinatos, espancamentos, estupros, assaltos tem se exacerbado diante de nossos olhos. Isso nos tornou pessoas mais receosas, desconfiadas e precavidas. Ao olhar para várias casas e vendo seus muros, grades, cercas elétricas e seguranças residenciais, parece que nosso lar se transformou em fortalezas e esconderijos. Não há quase ninguém que possa parar seu carro para dar carona a um estranho ou abrir a porta para alguém desconhecido. Isso com uma certa razão.
Temos medo.

Em nossa comunidade ou na igreja também temos medo. Medo de se abrir, de se expor, de não ser aceito, compreendido e de ser explorado; apesar que muito disso acontece mesmo em nossas igrejas. A igreja é o lugar da comunhão por excelência, infelizmente está se transformando em um lugar hostil onde não se pode confiar em pessoas para se expor o coração. Se alguém participa de algo, não se dá por inteiro, sempre achando que haverá alguém na espreita procurando uma oportunidade para ferir ou abusar.

Igreja que não é templo e paredes deve ser a igreja da comunhão e ter espaços para se manifestar a graça e o amor de Deus. Olhe para a sua igreja e veja se ela é uma igreja hospitaleira e agasalhadora de vidas. Na hostilidade da vida, os feridos procurarão saídas e escapes, a igreja deverá ser o local e o espaço para o acolhimento. A parábola do Bom Samaritano precisa urgentemente ser relida e entendida.

A igreja não deve julgar as pessoas pelo o que elas demonstram ser, deverá receber bem em suas casas ou em suas comunidades, abrindo o coração para acolher qualquer um e permitir que esse ambiente da Graça o faça experimentar transformações, mudanças e alteração de consciências. Qualquer um que for bem recebido terá confiança em se abrir sem medo e exporá seus temores causados pelas doenças de nosso século.

O quero dizer é que eu e você podemos ser como “anjos” e profetas que levam a boa nova. E também seguindo sempre a hospitalidade, afinal: “Não negligencieis a hospitalidade, pois alguns, praticando-a, sem o saber, acolheram anjos”. Hebreus 13:2

Que as nossas experiências com Deus sejam dramáticas e profundas. Que Deus tire de nós as pobrezas do coração.
Pensem nisso!
Fábio Menen

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O MOVIMENTO EVANGÉLICO ESTÁ CHEGANDO AO FIM - RICARDO GONDIM


Ricardo Gondim, um dos maiores pensadores cristãos do país, analisa a Igreja contemporânea e antecipa uma guinada na espiritualidade

O século 20 assistiu ao alvorecer, à consolidação, ao apogeu e ao desgaste do movimento evangélico, um ciclo histórico que está prestes a se encerrar. O que virá depois é uma incógnita – contudo, é possível vislumbrar que, passada a crise de pragmatismo que assola a Igreja deste início do terceiro milênio, a espiritualidade será experimentada de maneira mais viva e relacional com Deus. A avaliação é do pastor Ricardo Gondim Rodrigues, um dos mais respeitados pensadores evangélicos do país. Para ele, a derrocada do evangelicalismo não é fruto apenas do natural desgaste de 100 anos, mas principalmente de posturas e práticas que o afastaram da genuína fé bíblica. “Estamos pregando um Evangelho de resultados, onde o que interessa menos é o próprio significado da conversão”, avalia.
Pastor, escritor e conferencista, Gondim, aos 50 anos de idade, carrega uma bagagem teológica forjada por muitas experiências de vida e de ministério. Filho de um preso político da ditadura militar, ele, desde cedo, se interessou em entender o mundo à sua volta. A ponto de ter se convertido ao Evangelho sozinho, lendo uma Bíblia presenteada por um colega de escola em Fortaleza (CE), sua cidade natal. Foi lá que ele começou sua trajetória de fé, primeiro na Igreja Presbiteriana – de onde foi expulso ao contar que recebera o batismo com o Espírito Santo –, e depois na Assembléia de Deus, na qual iniciou seu ministério de pregador. Mas acabou decepcionado com o excessivo legalismo que, àquela altura, dominava não só a Assembléia de Deus, como muitas outras denominações.Rebeldia? Não, inconformismo. “Eu estava em busca de uma fé mais livre de jugos humanos”, lembra. Acabou encontrando. Depois de passar muitos anos estudando e trabalhando nos Estados Unidos, Gondim assumiu o pastorado da Missão Betesda, lá mesmo em Fortaleza, em 1982.
Aquele trabalho, com um perfil alternativo às grandes denominações, acabou dando origem à Assembléia de Deus Betesda, igreja que hoje tem sede em São Paulo e mais de 18 mil membros. Ao lado da mulher, a também pastora, Sílvia Gerusa, com quem tem três filhos, Gondim capitaneia um bem-sucedido ministério que tem sido referência em todo o Brasil e até no exterior. Ele não faz muitas concessões a modelos eclesiásticos e institucionalizações: “Nossa ênfase tem de ser bíblica. Apenas tratar dos conteúdos do Evangelho”, resume. Como sugere o título de um de seus livros, Artesãos de uma nova história, Ricardo Gondim acredita que a fé evangélica começa a trilhar, hoje, um outro caminho – “O pragmatismo da fé de resultados vai dar lugar a uma fé mais afetiva, mais íntima com Deus”. Mas não será um tempo de valorização do bem-estar e do narcisismo espiritual, como vemos hoje. “Ao contrário”, acredita, “estando mais próximos do coração do Senhor, estaremos também mais atentos ao seu clamor pela humanidade que sofre”.
O pastor Gondim atendeu a reportagem de ECLÉSIA durante o 5º Congresso de Reflexão e Espiritualidade, em Águas de Lindóia (SP), evento promovido pela Doxa, um dos braços da Igreja Betesda. Ali, falou-se muito sobre a Igreja contemporânea. A análise não é das mais animadoras. “A conversão, experiência básica da vida cristã, está muito difusa. Quase não se fala mais em ‘nascer de novo’”, avalia Gondim.
Confira a íntegra da entrevista:
ECLÉSIA – Na sua opinião, qual é a situação da Igreja Evangélica brasileira, hoje?
RICARDO GONDIM -
É engraçado porque, mesmo com a Igreja brasileira atravessando uma tremenda crise de conteúdos, a gente vive um momento de ufanismo evangélico. A Igreja Evangélica brasileira tem uma grande dificuldade de examinar a si mesma, porque está muito entusiasmada com seu próprio crescimento. Mas é fácil constatar que o Evangelho tem sido pregado e vivido de uma maneira extremamente pragmática, utilitária. Que Evangelho estamos pregando? É um Evangelho de resultados, onde o que interessa menos é o próprio significado da conversão. Isso é muito grave. O significado da expressão “nascer de novo” está muito difuso dentro das nossas igrejas. O que é nascer de novo? Esta experiência basilar foi diminuída a um simples rito comportamental de levantar a mão, vir à frente, seguir cinco ou seis “leis espirituais” – confesse isso, declare aquilo, aja deste modo. Ou seja, virou um credo. E um credo ralo. O conceito de nascer de novo está muito fragilizado, além de se falar pouco nele. E quando se fala, não sabemos nem a que estamos nos referindo. O movimento evangélico, tal como hoje o conhecemos, está próximo do seu fim.
Como assim?
Os sinais desse esgotamento são claros. Um deles é a fragilidade teológica e doutrinária dos adeptos do movimento evangelical nas bases. Se você perguntar a um membro de igreja evangélica, hoje, por que é evangélico, ele vai responder com um chavão ou relatando uma experiência mística, metafísica, sem qualquer conteúdo básico, exegético, hermenêutico. E essa experiência mística caberia muito bem em qualquer outra vivência religiosa, do budismo ao espiritismo. Esse esvaziamento teológico nas bases demonstra que a longevidade do movimento evangélico está comprometida.
O que o senhor chama de “movimento evangelical”?
O evangelicalismo existe desde o nascimento do chamado fundamentalismo, que é um movimento que aconteceu primordialmente nos Estados Unidos, no fim do século 19. Ele foi uma reação ao liberalismo teológico então em voga, fruto da alta crítica alemã, que estava influenciando tremendamente o cristianismo ocidental. As igrejas resolveram reagir a isso com a reafirmação dos postulados básicos da fé cristã, aqueles postulados inegociáveis – o nascimento virginal de Jesus, a inerrância das Escrituras, a ressurreição corpórea de Cristo e a sua volta. Era uma reação de forte cunho fundamentalista e escatológico.
Esse também foi o embrião do pentecostalismo, não?
Exatamente. O pentecostalismo é filho do movimento fundamentalista, que teve como um de seus expoentes o pastor americano Billy Graham. Esse movimento chega ao seu apogeu no Pacto de Lausanne [N. da redação: este pacto foi firmado na Conferência Internacional de Lausanne, na Suíça, em 1974, reunindo líderes evangélicos de todo o mundo]. Ali, ele chegou à sua força maior, um período que corresponde também à explosão numérica do movimento pentecostal. O pentecostalismo, até então visto com reservas, foi inclusive, admitido como parceiro do evangelicalismo. Lausanne foi fundamental para o diálogo entre os diversos acampamentos que estão debaixo dessa enorme tenda chamada evangelicalismo.
Qual é o legado do evangelicalismo?
Eu não diminuo nem subestimo o movimento evangelical. Ele foi uma expressão espiritual linda, que democratizou o acesso a Deus. Sem dúvida, trata-se do maior fenômeno religioso do século 20 e firmou os paradigmas com os quais nós temos convivido nestes últimos 100 anos. Mas, como outros movimentos espirituais, ele perdeu o fôlego. Isso é próprio do processo histórico. Mas ele está acabando, com certeza. O movimento evangélico, tal como o conhecemos, está completando o seu ciclo de existência. Esse esvaziamento se deu pela própria força pragmática do movimento.
O que virá depois?
Nós não temos ainda uma resposta clara para o que vai acontecer. Talvez essa resposta não seja de competência da nossa geração. Mas já há o alvorecer de alguma coisa nova, um movimento de refluxo deste Evangelho pragmático que temos vivido, que busca resultados e dividendos. E essa coisa nova aponta no caminho de uma espiritualidade mais viva, de um relacionamento mais íntimo com Deus. Uma abordagem mais humana das Escrituras – valores espirituais como ternura e afeto em relação ao Senhor, uma noção mais singela da paternidade divina. Alguns pensadores estão nessa direção. Gente como Osmar Ludovico, Valdir Steuernagel, Ricardo Barbosa de Sousa, que enfatizam a necessidade da retomada de uma espiritualidade do coração, um cristianismo de mais afeto com Deus. Deixar de lado a técnica, o “como fazer”, e entrar mais num relacionamento com Deus sem visar desdobramentos práticos. Há um clamor no nosso país por uma espiritualidade que nos traga de volta uma relacionalidade maior com o Senhor.
Mas, esse Evangelho de busca por intimidade com Deus não pode levar a uma espécie de narcisismo espiritual? Hoje, boa parte dos livros, das pregações e até das músicas evangélicas priorizam a satisfação pessoal...
Diria que não. Isso pode perfeitamente ser conciliado com o Evangelho “do outro”, ou seja, dos relacionamentos horizontais. Quanto mais nos aproximarmos do coração de Deus, mais nós sentiremos o que ele sente, mais empáticos nos tornaremos. E maior será o amor que teremos para com o próximo. Nós nos tornaremos identificados com o pulsar do coração de Deus para com a humanidade sofrida. A evangelização deixará de ser uma agenda institucional e passará a ser uma identidade do nosso coração com o coração de Deus.
Na última década, observamos o fenômeno da institucionalização das igrejas, levando princípios corporativos para os ministérios cristãos. O que o senhor pensa dos modelos de gestão eclesiástica e das estratégias para o crescimento das igrejas?
Olha, eu vejo com algum receio essa multiplicação de modelos eclesiais, importados, na maioria das vezes, dos Estados Unidos. Não acredito que a resposta para a Igreja seja gerencial. A nossa capacidade de gerenciar programas, de estabelecer o que seja uma boa visão, uma boa missão, não é uma panacéia para os males da Igreja contemporânea. Eu ainda acredito que é o Senhor que vai nos dar o crescimento, acrescentando o número daqueles que vão sendo salvos. Eu vejo que muitos pastores se escondem atrás de um pacote, achando que é o grande truque que vai resolver o problema de relevância de suas igrejas e ministérios. Eu, às vezes, tenho medo de a gente embarcar em pacotes que são apresentados como modelo de sucesso, quando, muitas vezes, é aquela igreja que está lá na favela, lá na cidadezinha pobre, sem sinais de prosperidade e sucesso, que está cumprindo os desígnios de Deus. O problema é que estamos muito proselitistas e pouco evangelizadores. Haja vista a ênfase nos nossos programas de mídia. É muito mais propaganda das instituições do que o ensino dos conteúdos do Evangelho. Usa-se a mídia para fazer propaganda institucional, ou para enaltecer os dirigentes de igrejas. Isso é uma decadência.
O senhor é um líder evangélico respeitado nacionalmente. Como faz para evitar a institucionalização de seu ministério?
Nós, na Betesda, temos um zelo muito cuidadoso em ser uma igreja da Palavra de Deus, que se concentra em colocar a sua ênfase na Bíblia, na exposição clara das Escrituras como elas são. E a nossa igreja tem crescido, sim, até mais do que se espera de uma igreja com esta postura – mas nós não fazemos da busca por este crescimento a prioridade de nossas ações. Crescer por crescer não é a nossa proposta. Então, as pessoas que temos atraído para o Evangelho vêm exatamente em busca disso, deste conteúdo bíblico, uma coisa que fuja do Evangelho de resultados que temos visto por aí. Alguém já disse que se você montar uma igreja tocando rock, terá de tocar rock ali a vida inteira, senão as pessoas que foram atraídas por isso vão embora. Se você montar uma igreja expulsando demônios, vai ter de continuar expulsando demônios sempre, porque senão, no dia em que parar de fazer isso, as pessoas vão embora. Então, se você monta uma igreja pregando a Palavra de Deus, terá de continuar fazendo isso sempre – se parar de pregar, as pessoas vão embora, porque a pregação bíblica é o seu carro-chefe. Dentre estas muitas opções, a minha é a Palavra de Deus. Eu acredito que os conteúdos do Evangelho precisam ser explicitados.
Existe uma terceira via, uma solução para os problemas advindos do próprio crescimento das igrejas, como a perda da dimensão comunitária?
Existe, e é a dos grupos relacionais. Este é um caminho sem retorno que a Igreja terá de trilhar, se quiser preservar sua identidade cristã. É o caminho das casas, das células familiares, da koinonia, onde o relacionamento se dá olho no olho. Os pequenos grupos são uma alternativa saudável aos efeitos desagregadores do crescimento. Eles são a solução para o cristianismo ocidental.
Já que um dos motivos de seu rompimento com a Assembléia de Deus foi sua crítica ao legalismo, como o senhor vê esta questão no segmento evangélico hoje? Houve uma evolução?
Em algumas áreas, sim. Nessa área de usos e costumes, o avanço foi perceptível, e não só numa ou outra denominação. Houve uma revolução também na questão do legalismo litúrgico – nossos cultos hoje são muito mais leves, espontâneos, menos estereotipados. Antigamente, um culto presbiteriano, por exemplo, era exatamente igual em igrejas de norte a sul do país. Hoje, há uma liberdade muito maior nesse sentido. Por outro lado, existem atitudes legalistas que transcendem essa coisa de roupa, de práticas. O legalismo não se manifesta apenas na rigidez de costumes – ele está presente, também, quando abandonamos os critérios da fé e acreditamos que as nossas obras, de alguma maneira, nos dão cacife diante de Deus. Hoje, existe um legalismo tão pernicioso quanto aquele de outrora, que regulava tamanho de roupa ou corte de cabelo. É o legalismo que coloca na corrente de oração semanal, ou na oferta, uma responsabilidade de aplacar Deus com nossos sacrifícios. Vamos agradar ao Senhor desta maneira, com tal prática, ou dando mais dinheiro – quem sabe, vamos ganhar o favor de Deus se pudermos louvá-lo com o melhor louvor que a gente puder fazer.
A liberalidade quanto a usos, costumes e procedimentos não tornou os crentes mais “mundanos”?
Não, não, não. O que nos faz parecer com o mundo não é o jeito como a gente se veste, ou a maneira como a gente fala, ou que tipo de lugares que freqüentamos. Estamos, sim, mais mundanos, mas não porque a gente deixou de ser legalista. O que faz a gente ser parecido com o mundo são os conteúdos do nosso caráter, as opções que fazemos – se dizemos “sim” ou “não” a determinadas oportunidades que surgem. Os critérios éticos da Igreja é que estão parecidos demais com os do mundo. Nós, hoje, temos uma Igreja pragmática, onde o “dar certo” é mais importante do que o “estar certo”. Hoje, o parâmetro da bênção de Deus é a prosperidade. Então, se você está ganhando dinheiro, se a sua empresa vai indo bem, então é sinal de que a bênção de Deus está sobre você.
Que tipo de gente está sendo produzida pela teologia da prosperidade? Ela está produzindo uma enorme quantidade de pessoas decepcionadas com a Igreja, com Deus. Isso funciona com a mesma lógica do jogo de azar – milhões apostam, mas apenas um grupo mínimo acerta.
Se é assim, por que tanta gente continua acreditando nessa teologia?
Mas é esse mínimo de felizardos que dá plausibilidade ao sistema. Eu vou para um culto com cinco mil pessoas. Aí, digo assim: “Aqui há cem pessoas que vão ofertar mil reais, porque um anjo me disse que, nesta semana, elas serão abençoadas”. Ora, num grupo de cinco mil, pela própria lógica, eu tenho três ou quatro pessoas que, de fato, vão conseguir algum tipo de sucesso de qualquer jeito – e isso, independente de ter ido ao culto ou não. É uma questão de estatística. Mas, esses três ou quatro, amanhã, vão dar testemunho e dizer no programa de TV que a vida deles mudou porque foram ao culto e participaram da oração forte etc e tal. Ora, quando eu pedir, semana que vem, mais R$ 1 mil para cem pessoas, será mais fácil ainda – afinal, vou ter resultados para mostrar. E mesmo para aqueles que deram e não receberam bênção nenhuma, há explicação: eles deram alguma brecha ao inimigo, ou não tiveram fé. Ou, então, não deram de bom grado, e, afinal de contas, Deus ama ao que dá com alegria. Ainda dá para transferir a culpa...
Mas vamos chegar a um ponto em que as pessoas vão perceber que nada lhes acontece e acabar desistindo dessas apostas com Deus, não?
E você acha que, um dia, as loterias vão acabar? Amanhã mesmo uma mega-sena dessas vai sortear 35 milhões de reais. O apostador não leva em conta que apenas uma única pessoa, ou algumas poucas, serão premiadas. Se um ganha, faz-se aquele alarde – então, o sujeito pensa “puxa vida, é a minha chance”. Por isso é que, quando as pessoas vão jogar na loteria, usam até uma terminologia religiosa. Elas dizem que vão fazer uma “fezinha”. A multidão vai na ilusão. Quando o pastor investe na mídia e leva lá pessoas que dão esses testemunhos, a ilusão é retroalimentada.
A Igreja Evangélica no Brasil foi anunciada, de maneira ufanista, como o celeiro missionário do século 21. Hoje, como ela é vista no exterior?
Eu acho que aquele furor missionário de 20, 30 anos atrás, acabou nos levando a uma situação perigosa. Houve uma febre missionária tão grande, que muita gente foi lançada ao campo sem o devido preparo missiológico. E isso trouxe problemas para o missionário, para a igreja que o enviou e, mais ainda, no campo. Eu lamento dizer que o testemunho de diversos missionários e pastores que foram do Brasil para o exterior é muito feio em países como Portugal. Hoje, a Igreja Evangélica portuguesa tornou-se refratária à presença missionária brasileira.
Por quê?
Por causa do transporte do legalismo evangélico brasileiro para a cultura de lá. Isso não existe. E, segundo, por causa desses modismos que aqui no Brasil são tolerados, mas que, na cultura européia, são vistos de maneira muito suspeita – esses shows de fé, essas demonstrações grandiloqüentes de suposto poder divino. E isso não é tudo. Estive na Índia recentemente e ouvi muitas queixas contra os crentes brasileiros. Há pastores daqui que vão para lá, fotografam grandes eventos promovidos pela Igreja indiana e voltam para cá dizendo que tudo foi promovido por eles. E ainda criam uma paranóia de perseguição que na verdade não existe. A Índia é um país democrático, pluralista. Eles criam dificuldades para vender facilidades aqui.
A matriz teológica adotada aqui é americana. A crise de conteúdos que afeta a Igreja brasileira tem paralelo com a dos Estados Unidos?
Não diria paralelo, porque a crise lá é de outra natureza. A Igreja Evangélica dos Estados Unidos está excessivamente ideologizada. Desde o advento da eleição do presidente George W.Bush, há quatro anos, a ideologia da direita republicana cooptou a Igreja Evangélica para o seu lado. Isso se tornou mais agudo ainda depois do 11 de Setembro. Houve um recrudescimento do ensimesmamento da Igreja. E os crentes têm lá um problema muito sério de etnocentrismo – eles dialogam muito pouco com outros setores da sociedade. A Igreja americana acredita no messianismo do presidente Bush. Hoje, existe um patrulhamento ideológico tão grande que, se um crente disser que não vota em George Bush, ele é execrado como um herege. A coisa é neste nível. [N. da redação: esta entrevista foi concedida antes da eleição presidencial nos EUA].
Por que a Igreja americana alinhou-se ao governo Bush?
A direita republicana nos EUA identificou que a Igreja Evangélica tem três grandes plataformas, três bandeiras conservadoras que ela faz questão de empunhar: oração nas escolas, batalha contra o aborto e, a mais recente, a luta contra o avanço do homossexualismo. Então, o Partido Republicano, muito espertamente, capitalizou o discurso de Bush em cima dessas coisas – e isso encanta, alucina o crente americano: ter um presidente que defende essas três bandeiras. Infelizmente, a Igreja lá tem deixado de lado outras bandeiras que deveria empunhar, como a defesa da justiça, dos direitos humanos ou a preservação do meio ambiente. O que nos inquieta é ver que os cristãos americanos não estão cobrando isso do presidente Bush. Não estão cobrando que ele assine o Protocolo de Quioto, um instrumento de defesa ambiental mundial que o atual governo ignorou. Não estão cobrando a mesma postura adotada no Iraque em relação, por exemplo, ao Haiti, que é um país a 300 quilômetros da Flórida e que está literalmente se esvaindo. Se o objetivo da operação no Iraque foi mesmo de depor um tirano e estabelecer uma democracia, levando ajuda humanitária, por que não faz isso também no Haiti? A falta de critérios é total. Não entendo como a Igreja se alia a um partido que defende o uso de armas, que é simpático à escalada armamentista dentro da própria população.
Há pouco tempo, seu artigo Estou cansado, publicado na revista Ultimato, causou grande repercussão no segmento evangélico. O senhor está cansado da Igreja?
Não, não! Eu não estou cansado da Igreja – pelo contrário, estou entusiasmado e esperançoso de que um novo tempo vai surgir para a Igreja Evangélica no Brasil. É óbvio que, no meio de uma situação de crise como a atual, a gente acaba ficando meio chateado e entristecido. Eu fiquei impressionado com a repercussão daquele artigo. Recebi milhares de mensagens. Há um clamor de crentes, pastores e líderes dizendo “chega!”

Carlos Fernandesé Editor e Redator da revista Eclésia

domingo, 15 de novembro de 2009

CLIP - O QUE NA VERDADE SOMOS

Com muitas novidades e surpresas, o Fruto Sagrado se prepara para completar duas décadas de muito Rock e atitude positiva. Uma das grandes surpresas é o anúncio oficial de que a banda realmente não está mais interessada em se veicular com qualquer gravadora, porém, este novo álbum não será lançado de forma independente, pois a banda está lançando um selo e consequentemente uma gravadora que irá apoiar e lançar novas bandas da cena Rock Cristã Independente brasileira. Está empreitada idealista começará com este novo trabalho do Fruto e em seguida o primeiro da banda Passos.


Todo o projeto “Fruto Sagrado 20 Anos” é mais do que este novo álbum e a gravadora, além disso a banda divulgará seu novo site oficial (que já está no ar a meses em um endereço secreto) em breve, além de iniciar no site www.FrutoSagrado.org um blog que irá deixar os fãs a par de tudo que está acontecendo na gravação do novo trabalho com vídeos, fotos e textos. E esse é só o começo, porque as surpresas continuam, em breve serão divulgados mais novidades.


Este novo álbum estava sendo feito em sigilo por motivos contratuais, a banda ainda não tinha a liberação para divulgar e fazer certos anúncios na mídia e nem gostaria de fazer nada precipitadamente ou sem certeza, mas indo contra todos os boatos e “incertezas” que rondavam a mente dos fãs a banda já está bem adiantada no estúdio. Com toda a bateria já gravada, praticamente todo o teclado e o baixo prontos também o Fruto pretende lançar este novo projeto em no máximo 2 meses. Parece pouco, mas o novo álbum já estava sendo preparado a muito tempo, pois além desse adiantamento na gravação, a banda idealizou e pré-produziu o trabalho há muitos meses atrás, somando ainda dois meses de ensaios quase que diários com toda a banda, além da idealização, pré-produção e gravação do primeiro álbum da banda Passos que também já está quase pronto.


Além da formação oficial da banda com Bene Maldonado produzindo e nas guitarras, Sylas Jr. produzindo e na bateria e Marcão (não, o Marcão jamais deixou a banda) nos vocais, a banda conta ainda com Daniel Tinoco (toca também com Pamela e Passos) nos teclados e Marquinhos no baixo. Os dois músicos, segundo Sylas, foram escolhidos por saber mesclar a técnica apurada com a simplicidade requerida em algumas faixas do novo álbum, com destaque para os teclados de Daniel que deram um novo ar as músicas.


O que pude ouvir no estúdio de gravação foi apenas um pouco do álbum, serão aproximadamente 15 faixas seguindo a mesma linha que o Fruto vem fazendo a anos, ou seja, sempre com um som diferente em cada álbum, mas sem deixar de ser Fruto Sagrado. A melodia soa como a união dos três últimos trabalhos com os efeitos do álbum “Na Contramão do Sistema”, porém, com muito mais sonorização e qualidade musical devido a clara evolução constante da banda. As letras são indiscutivelmente as melhores da história da banda, abordando todos os assuntos pertinentes de forma simples, inteligente e criativa, assim como a banda sempre fez.


Este é apenas o começo da comemoração dos 20 anos dessa banda que nasceu em São Gonçalo no Rio de Janeiro e hoje é uma das maiores da história do Brasil. A espera foi longa, mas está valendo a pena, então aguarde e fique de olho em FrutoSagrado.org para saber mais notícias em primeira mão, porque esse é só o começo.

Fonte: notícias gospel.

Fábio Menen

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A GERAÇÃO QUE DESAPRENDEU A AMAR




"E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará". São Mateus 24:12


Jesus no "sermão profético" apresentou sinais que antecederiam o seu retorno a Terra. Jesus disse que haveria muitos falsos cristos, falsos profetas, guerras, pestes, pragas e um abalo ecológico sem precendentes; na verdade, os últimos dias seriam dias de caos total.


Jesus também nos alertou sobre o esfriamento do amor. A exacerbação da iniquidade provocaria um efeito dramático: o enfraquecimento do amor.


Olhemos para o cenário mundial e para o cenário de indivíduos e constataremos esse fato.
O que Jesus disse não é para ser entendido como probabilidade; é fato! Na medida do crescimento de barbáries e iniquidades, o amor não encotraria formas de sobrevivência diante de cenários tão fúnebres de fraternidade, solidariedade e caridades.


O crescimento da miséria social, a corrupção homicida, a banalização do ser humano, narcisismos, individualismo adoecido (ego), violência em lares e familias atestam a veracidade do que Jesus disse.


Não há uma evolução, e sim, involuções.


Somos uma geração que está desaprendendo a amar.


E digo amar não apenas os que são de nossa parentela. Isso ainda é um amor institual. É amar os que nos amam. Apesar que o amor familiar também está comprometido.


Seria a falência do amor? Valeria investir em vidas e relações diante da crescente falência de amores?


Penso que não.


Jesus disse que seria assim, mas não nos estimula a preguiça e a passividade diante de tais acontecimentos.


Pelo contrário, Ele nos ensina que nessa era de morte de amores, amar o inimigo, dar pão ao faminto, água ao sedento, abrigo ao forasteiro é ser a força contrária a sentenças de falências do amor.


I Coríntios 13 continua sendo o texto excelente sobre o amor. Ler esse texto também nos faz pensar sobre como estamos distantes do ideal Divino para amar. Quando você ler esse texto seu coração não aperta?


Lemos que o amor é paciente, é humilde, bondoso, não exacerbadamente ciumento, altruísta, porta-se de maneira conveniente, procura atender não seus próprios interesses e muito mais.


Esse amor que Paulo apresenta é que vem diminuindo constantemente. Diminui porque é alimentado por pessoas individualistas-narcisistas e infelizmente e com muito pesar, dizer que também ocorre dentro de templos evangélicos. Pessoas preocupadas com o seu bem estar, pois o que importa sou eu, os meu desejos, os meus sonhos, os meus interesses, as minhas realizações e necessidades. Dane-se o próximo.


Estou enganado? Não! Olhe para o fim dos cultos cristãos e veja se aquele grupo que vai para a pizzaria convida o irmão(a) que não tem como pagar, se são convidados mesmo! Vejam e percebam que a maioria não está disposta a praticar compaixão pelas pessoas aos quais dizem: "a paz do Senhor, querido". Como ajudar, ser cristão verdadeiro, se repudiam aproximações com vidas carentes, adoecidas e que precisam de companhias?


O reavivamento que a Igreja necessita hoje, pode crer, é o do amor. Esse sim precisa ser reacendido em nós.


Gente boa de Deus, precisamos de uma ação de Deus que penetre na raíz do nosso coração transformando radicalmente nossas vidas.

Estou cansado de discursos vazios, decorados e de panacéias religiosas. Não suporto mais tantas injustiças, misérias, imoralidades e pecados.


Que Deus nos preserve fiéis primeiramente à Ele e Sua palavra. Nos preserve também para agasalhar no coração o desejo de amar sempre. Que não sejam apenas lindas palavras de amor, mas de qualidades de uma vida limpa e desejosa de ofertar graças.


Meu Deus! Até eu sinto que o amor que esfriar em mim...quantas vezes deixei meu eu vazar e dar lugar à ira, ódio e amargura!


"O amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado". Romanos 5:5


"Senhor, não nos deixe com medo de amar, sopra sobre nós espírito de graça e amor. Não nos permita empedrar rancorosos, amargurados, inafetivos e doentes. Penetra em nosso ser e muda nosso coração. Nos faça amar. Amar a todos, indiscriminadamente e sem preconceitos. Nos ensina a amar como o Senhor mesmo nos ama. Confessamos que estamos distantes desse ideal do amor, mas Teu Espírito em nós pode nos quebrantar e constranger-nos. Assim o mundo poderá ver que amamos de um modo extraordinário e crerá que o Senhor é Deus; permita que seja assim Pai, em nome de Jesus".

Fábio Menen

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

UMA QUESTÃO DE IMAGEM APENAS


Autênticidade! Palavra que pode ser entendido como fidedigno, verdadeiro, sem fingimento e idoneidade do ser.
Infelizmente nem tudo o que parece, é.
É a crise da autenticidade.
Você é ensinado a fazer tudo de acordo com as conveniências, aceita tudo dentro dos parâmetros da sociedade, molda-se dentro dos containers institucionais; enfim, um grande amador da vida, sem possibilidade de expressão.
Nada mais vivo e libertador saber sua própria singularidade.
Muitos não desejam autenticidade pois olhariam para aquilo que são e veriam coisas horríveis. Se é assim, melhor estar camuflado e ser camaleônico, não se vendo e não permitindo a exposição de sua real natureza não autêntica. Estranhamente, esse mesmo ser deseja ser "alguém" para outros, mesmo não sendo nada. Que adianta ter uma "embalagem" atrativa, sendo o conteúdo amargo?
A pergunta é: Quem é você? O que se esconde por detrás de sua aparência? Você é o que demostra a todos o que parece ser?
Ou talvez apenas um escravo do sistema religioso, institucional e social que se impôe sobre você!?
É, temos que viver em um mundo de máscaras. O que me chama atenção é a malignidade atraente de se usar máscaras, de camuflar o ser.
É mais fácil não ser, pois ser requer esforço, sacrifício e nos faz questionar sempre; ninguém ou a maioria não deseja isso, preferem ser escravos da ditadura hodierna.
Desejam serem originais mas caem na mesmice e no ridículo.
Deus nos chama para sermos Nele. Que adianta ter e não ser?
Que adianta ter imagens e projeções exteriores se o ser está estragado e moribundo. Sepulcro caiado!!!
Deus nos ensina que todos somos vasos de barro. E vaso, pode quebrar. Apenas um descuido e...pedaços no chão. Mas esse vaso que se quebrou, dele Deus pode fazê-lo um novo vaso.
Deus nos chama de vasos de barro.
Por que você deseja ser vaso de ouro sendo vaso de barro???
A Graça de Deus não nos faz vasos de ouro mas de barro mesmo; nos torna autênticos, não vende uma imagem errada sobre nós. Mesmo se eu "quebrar" ele não vai me polir, pelo contrário, irá me refazer dos cacos.
Como é bom ser barro. Autenticidade!
O reino de Deus está dentro em nós.
Um pequeno texto, mas pensem nisso.
Fábio Menen