terça-feira, 2 de junho de 2009

AMOR, SUBMISSÃO E LIBERDADE



Amor, submissão e liberdade são três valores importantíssimos e fundamentais para vivermos uma espiritualidade sadia. Porém, nem sempre são conciliáveis. Ser livre implica em ser autônomo, independente e caminhar com as próprias pernas. Ser obediente significa dependência e sujeição. A pergunta que se faz é: É possível sermos livres e submissos ao mesmo tempo? É possível sermos independentes e, ao mesmo tempo dependentes? Pode não parecer, mas essa é um dilema de milhares de cristãos.

Creio que a maior dificuldade em relacionarmos submissão e liberdade reside no fato de pensarmos em submissão com categorias hierárquicas. Nesse casso as disputas pelo poder é que determinariam as bases de relações e posições. Se a base de relação-obediência for erigida sob o poder hierárquico não haverá espontaneidade para a pessoa se sujeitar. Imagine uma mulher que tenha que se sujeitar ao marido apenas pelo poder hierárquico e não pela espontaneidade do amor... Ninguém se sujeitará sem que haja liberdade para expressões, as mais distintas expressões. Deus também nos fez para a liberdade, e qualquer forma hierárquica destituída de amor, sofrerá sempre a rejeição daqueles que por amor aprenderam a sujeitar-se a Deus.

Se nós olharmos para Jesus, veremos alguém livre e obediente. Nele, há todo o significado para conciliarmos uma vida obediente e livre. Se desejarmos compreender o Evangelho, devemos olhar unicamente para Ele. Veja Jesus, olhe para Ele e você compreenderá o Evangelho.

Jesus nos ensina que a liberdade e obediência são experiências que nascem da relação afetiva. Isso é pura verdade! A relação entre pai e filho deve-se dar assim. Um filho que se sujeita ao pai em obediência não pelo medo, e sim, pela relação fraterna de amizade e cumplicidade entre os dois. Aquele que é verdadeiramente amado é livre e obediente.

Numa relação de amor e afeto, a Graça se manifesta no prazer de dar-se ao outro, de investir na vida do outro, conhecendo-o e aceitá-lo como ele é; sem dominação, controle através do medo, julgamentos tolos. Quando se ama, a pessoa amada está a caminho da possibilidade de curas em sua alma.

A beleza da conciliação entre obediência e liberdade é verificado na relação de Jesus e seu Pai. A decisão de descer dos céus e morrer por nós foi conseqüência de afeto e amor que o Filho nutria e nutre pelo Pai. Jesus amou, por isso foi obediente. Amor e submissão podem teologicamente ser separados, mas provém unicamente do coração de Deus.

Trago mais uma vez para o âmbito familiar esse princípio. Só haverá submissão entre pais e filhos, esposas e maridos se realmente amamos e nos entregamos uns aos outros em amor. Se houver essa entrega de afetos e amor, desfrutaremos liberdade sadia e obediência apaixonada.

Jesus, pelo amor, tornou-se livre para obedecer e, pela obediência, manifestou a grandeza e a pureza de seu amor. Jesus lavou os pés dos discípulos, pois os amava e sabia quem era. Não foi obedecido por demonstrações de poder hierárquico, mas pela demonstração de amor pelo Pai e pelos seus discípulos.

Rejeitemos as forças maniqueístas da sedução e do poder terrenos e optemos por seguir o exemplo de nosso Mestre.

Você O segue por medo ou pela liberdade de segui-lo em amor?
Você O segue porque o Evangelho entrou em você ou porque você segue o espírito da religião?

Ame e a força para viver a liberdade e sub-missão sadia em Cristo irá acontecer sem pressões.

Pense nisso!

Fábio Menen

2 comentários:

  1. Muito legal. A questão de se entregar é fundamental, amar apaixonadamente. Sem isso, não há como haver submissão dentro do lar!
    Mais uma vez você acertou em cheio!

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  2. Obrigado meu querido amigo-irmão. Creio que só amando mesmo é que seremos conquistados a cada dia para uma vida em abediência. Leis, regras e normas já temos muitas, mas só o amor a Deus corresponde a uma vida de entrega do nosso ser ao próprio Deus; isso é graça! E o amor de Deus é derramado em nós pelo Espírito Santo que nos foi dado, diz Paulo.

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